O governo de Donald Trump anunciou nessa terça-feira (1º), o encerramento definitivo da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), transferindo toda a gestão da ajuda internacional para o Departamento de Estado. A decisão marca o fim de uma agência que atuou por mais de 60 anos como principal canal de assistência humanitária americana.
O secretário de Estado, Marco Rubio, justificou a medida afirmando que a USAID perdeu sua relevância após o fim da Guerra Fria e passou a sustentar uma rede de ONGs às custas dos contribuintes americanos. Das cerca de 10 mil pessoas que trabalhavam na agência, apenas 294 permanecerão em atividade para manter operações mínimas durante a transição.
A mudança gerou reações contrárias de ex-presidentes como Barack Obama e George W. Bush. Um estudo publicado na revista The Lancet pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona alerta que os cortes podem resultar em mais de 14 milhões de mortes evitáveis até 2030, considerando o histórico da agência no combate a doenças como HIV, malária e enfermidades tropicais.
O Departamento de Eficiência Governamental dos EUA defendeu a decisão, argumentando que a nova política de assistência externa será alinhada aos interesses americanos, com foco em salvar vidas, investir em aliados e estabelecer parcerias comerciais. A estratégia também visa fazer frente à influência chinesa global.
Para Trump e seus apoiadores, a medida representa uma reforma necessária para tornar a ajuda internacional mais eficiente e alinhada aos interesses dos contribuintes americanos. Críticos, por outro lado, temem impactos negativos em programas de saúde, educação e resposta a crises humanitárias globais que dependiam dos recursos da USAID.