Por Neimar Fernandes (*)
Já que o “Consórcio Oficial de Mídia” mantém um silêncio abissal sobre fato escancarado e extremamente perigoso, eu ouso alertar o meu pequeno público e amigos sobre a catástrofe que teima em se repetir.
Juros rumo a patamares inimagináveis, nem mesmo durante a pandemia do século.
Os Títulos Públicos NTN-B, de rolagem da dívida pública dispararam, estão pagando até 9% de juros reais.
O BC pra rolar a dívida pública teve que oferecer juros ao mercado, hoje em 15% ao ano, 2ª maior taxa de juros real do mundo e vai ter que oferecer mais. Se não, não rola a dívida, o papel mica e quebra.
Cuidado os fundos de bancos estão cheios destes papéis. A NTN-B não tem proteção do Fundo Garantidor de Crédito. O FGC cobre boa parte dos investimentos de renda fixa, mas não é o caso do Tesouro Direto, inclusive do Tesouro IPCA+ com juros semestrais.
Fato, o Brasil está quebrando a passos largos. Varejo vai ao mercado rolar a dívida, 39% de juros ao ano.
A empresa vai ao mercado descontar duplicata, 39% no lombo.
A Construção Civil vai captar dinheiro no banco pra acabar a obra, 39% de juros.
Sorria, este é o mundo real, que Brasília nem sabe que existe. Chefe do executivo e ministros das áreas de finanças, planejamento e infraestrutura totalmente perdidos e querendo intervir no Banco Central, único baluarte capaz de evitar essa bancarrota.
Verdadeira operação de guerra foi montada entre executivo, legislativo e até o judiciário para empurrar os ativos podres, como o do Banco Master e outros “respirando por aparelhos”, para os estatais, com destaque para o coitado do BRB.
O governo estava acostumado a rolar a dívida pública para 120 meses ou 10 anos, hoje o mercado está deixando o governo de joelhos e o custo para 18 meses, IPCA + 6% de juros reais, corrói em ritmo alucinante os cofres da nação.
Paulo Guedes já advertia que iríamos quebrar, mas não esperava que fosse tão rápido.
FMI à vista e sinais de arrego já circulam nos gabinetes do fundo em Washington DC.
A situação tende a se agravar em ritmo alucinante após os primeiros reflexos do tarifaço americano.
Não foi por falta de aviso, já vimos esse filme com o mesmo enredo e diversos títulos: Plano Cruzado (Sarney, 1986), Plano Bresser (Sarney, 1987), Plano Verão (Sarney, 1989), Plano Collor I (1990) e Plano Collor II (1991) todos acabaram em tragédias econômicas e políticas.
Encerro lembrando que o “pseudo timoneiro” de hoje, é o mesmo que, em 2008, diante de um maremoto que inundava o mundo, nos garantiu que no Brasil não passaria de uma “marolinha”. Deu no que deu!
























