Respirar bem sempre foi sinônimo de qualidade de vida. Para quem convive com a asma, uma doença crônica que, segundo o Ministério da Saúde, atinge mais de 20 milhões de brasileiros, essa realidade tem ganhado novos contornos com os avanços da medicina e o fortalecimento da educação em saúde. No próximo sábado, 21 de junho, é celebrado o Dia Nacional de Controle da Asma, data em que o tema ganha ainda mais relevância, chamando atenção para o impacto direto do tratamento correto e do conhecimento sobre a doença na rotina dos pacientes.
O pneumologista e intensivista da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Alexandre Amilar da Silveira, destaca que o entendimento atual da asma permite abordagens cada vez mais personalizadas. Ele explica que a doença não é única para todos e pode se manifestar de formas distintas. “Cada paciente apresenta um perfil diferente, por isso o tratamento deve ser individualizado, respeitando as características de cada quadro”, afirma o especialista.
Entre as principais inovações recentes estão os dispositivos inalatórios modernos, que oferecem combinações de um, dois ou até três medicamentos em um único aparelho. “São dispositivos seguros e precisos. A escolha do inalador deve levar em conta o que for mais confortável e fácil de usar para o paciente. O mais importante é que o uso aconteça com a técnica correta, orientada pelo médico e revisada, periodicamente, nas consultas de acompanhamento”, explica Alexandre.
De acordo com o médico, com o bom uso desses novos dispositivos, procedimentos como a nebulização, muito comum no passado, tornaram-se praticamente desnecessários na maioria dos casos.
Para um grupo específico de pacientes com asma grave, surgiram ainda as terapias imuno-biológicas, uma nova linha de medicamentos que atuam diretamente no processo inflamatório. “Embora sejam indicados para uma parcela menor da população, esses medicamentos vêm oferecendo resultados promissores no controle da doença em quadros mais complexos. São avanços importantes que ampliaram o arsenal terapêutico, especialmente para quem enfrenta formas mais severas da asma”, pontua o médico.
Além do tratamento medicamentoso, o conhecimento do próprio paciente sobre sua condição tem se mostrado fundamental para o sucesso a longo prazo. A educação em saúde, segundo o médico, é o principal pilar para garantir a adesão e eficácia do tratamento. “Quando o paciente entende a sua doença, aceita o diagnóstico e participa do processo, as chances de controle são muito maiores. Ele passa a reconhecer os primeiros sinais de descontrole e busca ajuda antes que as crises se agravem”, destaca.
Segundo o médico, o apoio familiar também faz diferença nesse cenário. Ter familiares informados sobre o diagnóstico ajuda não só na rotina de cuidados, mas também na percepção precoce de alterações no quadro clínico. “O diálogo dentro de casa fortalece o tratamento e estimula o paciente a manter o acompanhamento regular e a vigilância sobre sua própria saúde”, observa o especialista.
Outro aspecto relevante no controle da asma está relacionado ao ambiente em que o paciente vive. “Poeira, mofo, fumaça, produtos de limpeza e perfumes são alguns dos gatilhos que podem desencadear crises. Por isso, identificar e evitar esses fatores ambientais fazem parte do dia a dia de quem convive com a doença, pois cada paciente tem maior ou menor sensibilidade a determinados elementos. Por isso, reconhecer e minimizar a exposição aos fatores de risco é essencial”, orienta.
O diagnóstico da asma, na maioria dos casos, é feito ainda na conversa entre o médico e o paciente, durante a anamnese. Exames complementares, como a espirometria, ajudam a confirmar o diagnóstico e acompanhar a evolução do tratamento. Segundo Alexandre, com um plano bem estruturado e acompanhamento contínuo, é possível controlar completamente os sintomas e garantir qualidade de vida ao paciente.
A principal mensagem, reforça o especialista, é que, apesar de ser uma doença crônica, a asma tem controle. “Com o tratamento adequado, orientação médica e conhecimento sobre a própria condição, é plenamente possível viver bem, manter uma rotina ativa e realizar todas as atividades do cotidiano sem limitações. Informação e acompanhamento são, hoje, os maiores aliados de quem enfrenta a doença”, pontua o médico.
FUNDAÇÃO SÃO FRANCISCO XAVIER
A Fundação São Francisco Xavier é uma entidade filantrópica que atua desde 1969 e conta com cerca de 6.200 colaboradores. Atualmente, administra duas unidades hospitalares, sendo o Hospital Márcio Cunha com cerca de 70% dos atendimentos pelo SUS, em Ipatinga, e o Hospital Municipal Carlos Chagas com 100% dos atendimentos pelo SUS, em Itabira (MG).
As unidades hospitalares têm uma gestão marcada pela responsabilidade, pela oferta de atendimentos de excelência e pelas melhores práticas de segurança. Além das unidades hospitalares, a Fundação é responsável por administrar a operadora de Planos de Saúde Usisaúde, que possui mais de 200 mil vidas, o Centro de Odontologia Integrada, que mantém os melhores indicadores de saúde bucal já divulgados no Brasil, e o Serviço de Segurança do Trabalho, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente – Vita, que soma mais de 160 mil vidas sob sua gestão.
Na área educacional, o Colégio São Francisco Xavier, unidade precursora localizada em Ipatinga, é referência em Educação na região, com cerca de 2 mil alunos, da educação infantil à formação técnica.