O governo federal propôs um salário mínimo de R$ 1.067 para o próximo ano, segundo o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2021, apresentado nesta segunda-feira (31) pela equipe econômica. A Constituição determina que o salário mínimo tem de ser corrigido, ao menos, pela variação do INPC do ano anterior. Na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso em abril, o governo tinha estimado que o piso para 2021 seria de R$ 1.079.
O valor atual do salário mínimo é de R$ 1.045. O reajuste, se aprovado pelo Congresso, começará a valer em janeiro de do próximo ano, com pagamento a partir de fevereiro. Os valores ainda podem sofrer alteração no decorrer do ano, com base nas projeções de inflação para o ano de 2020 (utilizadas como parâmetro para correção).
O valor conta com um aumento de R$ 22 em relação ao salário mínimo atual. Também equivale a uma perda de R$ 12 na comparação com os R$ 1.079 propostos em abril deste ano para 2021. A explicação para essa queda tem a ver com o fato de o governo prever um aumento somente com base na inflação de 2020.
Como a previsão para a inflação deste ano recuou, o salário mínimo também terá um reajuste menor. Em abril, o governo previa que o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) teria uma alta de 3,27% em 2020, valor caiu para 2,09% em julho.
CORREÇÃO
O valor do salário mínimo proposto pelo governo para o ano que vem possui correção somente pela inflação, ou seja, pela estimativa do governo para o INPC. Esse formato já foi adotado neste ano, quando o setor econômico concedeu reajuste somente com base na inflação do ano anterior.
Com isso, o governo mudou a política de aumentos reais (acima da inflação) que vinha sendo implementada nos últimos anos, proposta pela presidente Dilma Rousseff e aprovada pelo Congresso.
A política de reajustes pela inflação e variação do Produto Interno Bruto (PIB) vigorou entre 2011 e 2019, mas nem sempre o salário mínimo subiu acima da inflação.
Em 2017 e 2018, por exemplo, foi concedido o reajuste somente baseado na inflação porque no PIB dos anos anteriores (2015 e 2016) houve retração. Por esta razão, para cumprir a fórmula proposta, somente a inflação serviu como base para o aumento.
IMPACTO NAS CONTAS PÚBLICAS
Ao conceder um reajuste menor para o salário mínimo, o governo federal também reduz seus gastos. Isso porque os benefícios da previdência não podem ser menores que o valor do mínimo.
De acordo com cálculos do governo, o aumento de cada R$ 1 no salário mínimo implica despesa extra em 2020 de cerca de R$ 355 milhões.
Com informações do Portal R7