Análises laboratoriais feitas pela Secretaria de Defesa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) constataram a presença de fungos, bactérias, ácaros e outras pragas em pacotes de sementes que foram entregues a várias pessoas em todo o Brasil pelos Correios junto com mercadorias compradas pela internet.
Após análises laboratoriais, foi identificada a presença de ácaro vivo, fungos diferentes bactéria e possibilidade de pragas Toda a análise é feita no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás, que é referência no país. Até o momento, foram confirmados 258 pacotes de sementes não solicitados em 24 estados e no Distrito Federal, incluindo o Rio Grande do Sul. A expectativa é que em 30 dias haja um detalhamento maior desses resultados.
ALERTAS E ORIENTAÇÕES
A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) orienta a população – principalmente os agricultores – que, caso recebam pacotes de sementes não encomendados, entreguem o material à inspetoria ou escritório de defesa agropecuária mais próximo do seu município.
O pacote não deve ser aberto ou descartado no lixo, nem o material ou as sementes devem ser cultivados ou descartados no solo sob nenhuma hipótese, a fim de evitar que estas sementes atinjam o meio ambiente e áreas agrícolas do Estado, alerta Ricardo Felicetti, chefe da divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapdr.
APREENSÕES
Do ano passado para este ano, houve um aumento de cerca de 150% (passando de 2 mil por mês para 5 mil por mês) no número de apreensões desse tipo de material na central de distribuições dos Correios em Curitiba, onde é centralizada a inspeção de pacotes de menor peso (até 2 kg). O diretor do Departamento de Serviços Técnicos, José Luís Vargas, explicou que todos os pacotes passam por escaneamento e também pelo cão farejador Thor, treinado no centro de detecção do Mapa. Quando identificada alguma suspeita, o material é encaminhado para o Ministério da Agricultura.
“O risco é desconhecido, então o alerta é máximo. Quando fazemos viagens internacionais também não devemos trazer esses produtos. Isso coloca nossa agropecuária em risco, todo o nosso bioma, pois não sabemos o potencial de danos desse material ao Brasil”, ressaltou Vargas.
No primeiro semestre deste ano, a fiscalização interceptou 33.734 caixas ou envelopes contendo partes de vegetais (folha, flores e caules), material de propagação vegetal (mudas, bulbos), produtos vegetais que apresentam risco, sementes e outros na central em Curitiba. Do total, 26.111 foram destruídos, 2.383 foram devolvidos ao local de origem e 5.240 liberados após checagem da documentação.