Uma das ferramentas adotadas pela Usiminas para a intensificação do controle da emissão de material particulado na Usina de Ipatinga é o canhão de névoa. Mas afinal, o que são esses equipamentos e como eles funcionam?
O canhão de névoa se assemelha a uma turbina de avião e funciona pelo lançamento de uma névoa úmida, a uma distância entre 70 e 80 metros, sobre pilhas e demais potenciais fontes emissoras de material particulado. A água contida na névoa “captura” a partícula de poeira em suspensão, trazendo-a novamente para baixo e evitando que essa disperse para fora da área da companhia. O canhão também contribui para manter a área úmida, evitando que as partículas sejam novamente arrastadas pelo vento. Por ficarem instalados em torres com até 10 metros de altura, os canhões conseguem capturar partículas já no ar, aumentando a eficiência do trabalho de umectação tradicional.
Cabe destacar que os canhões reutilizam a água já empregada no processo industrial, não sendo necessária nova captação e que o comando dos equipamentos é realizado por controle remoto, garantindo a segurança do operador.
EQUIPAMENTOS IMPORTADOS
Os equipamentos utilizados pela Usiminas são importados da Suécia e já são utilizados em diversos países. Segundo Américo Ferreira Neto, vice-presidente Industrial da Usiminas, no Brasil, a tecnologia dos canhões de névoa ainda é recente, mas foram observados resultados positivos no exterior. “A Usiminas tem buscado formas de reduzir o impacto de suas operações e as equipes seguem atentas a soluções desenvolvidas em diversos países. Os canhões são um bom exemplo desse compromisso da companhia em adotar todas as alternativas possíveis para garantir a sustentabilidade ambiental das operações”, avalia.
Os testes com os equipamentos começaram no final de 2019 para avaliar a efetividade da ferramenta na operação da Usiminas. A partir dos bons resultados obtidos nessas avaliações, os canhões foram adotados de forma permanente. Até o momento, cinco desses equipamentos já estão em funcionamento na Usina, espalhados por áreas consideradas de maior potencial emissor de particulado, como os pátios de minério e de carvão e a sinterização. Outros três equipamentos ainda devem ser instalados em outros pontos da planta.
O vice-presidente da Usiminas lembra que, mesmo sendo uma solução eficiente, os canhões não são capazes de eliminar completamente a emissão do particulado. Segundo Américo, os equipamentos são parte de um planejamento maior, incluindo outras ferramentas, melhorias internas, fechamento completo de algumas áreas, reforço no cinturão verde, instalação de uma rede de monitoramento específica, entre diversas outras ações. “É um trabalho bastante completo, que certamente trará benefícios para toda a comunidade, para nossos colaboradores e todos que circulam diariamente na Usina”, avalia.