Criado por meio de parceria público-privada entre a Secretaria de Saúde de Ipatinga e a Faculdade de Medicina do Vale do Aço (Univaço), o programa de Telessaúde já realizou o monitoramento de mais de 800 pessoas no município, em condições suspeitas ou confirmadas por contaminação do novo coronavírus.
Atualmente, 360 pacientes – entre suspeitos da doença, positivados e que fazem uso da hidroxicloroquina – estão em acompanhamento diário. Outros mais de 450 já receberam alta do monitoramento.
O acompanhamento é feito no Espaço Qualifica, no Centro de Ipatinga, por alunos dos 7° e 8° períodos do curso de medicina, orientados por professores médicos capacitados.
ACOMPANHAMENTO
Do total de monitorados atualmente, 126 são pacientes com mais de 60 anos, 226 estão na faixa etária de 30 a 59 anos e seis são pacientes que fazem uso da hidroxicloroquina. O monitoramento padrão se estende até que esteja completado o 14° dia de sintoma do paciente. Contudo, pode ser prorrogado, caso a pessoa não apresente melhora em relação a algum sinal da doença.
“O paciente é acompanhado até que se tenha certeza de que ele não está mais em risco, e isso pode se dar até o 18° dia de sintoma. Caso ele ainda apresente sintomas graves como tosse e dores no corpo, continua em monitoramento até que tenhamos segurança de considerar a alta dele. Mas, geralmente, esse acompanhamento vai até 14° dia de sintoma”, explica o médico Leonardo Ennes Carrilho, idealizador do programa de monitoramento e responsável técnico do Departamento de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde.
NOVOS COMPORTAMENTOS
A coordenadora do curso de medicina da Univaço, Letícia Guimarães Carvalho de Souza Lima, observa que a pandemia trouxe novos paradigmas comportamentais tanto no âmbito pessoal quanto na vida profissional da humanidade, estando dentro desse contexto a prática do Telessaúde, modalidade de atendimento amplo utilizando ferramentas tecnológicas.
“Ao participar desse projeto, o curso de medicina exercita seu papel social, apoiando a saúde da comunidade, e cumpre também seus objetivos de ensino, com o aprendizado dos alunos para essa modalidade recentemente mais atuante e regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina. Os alunos estão fazendo o monitoramento da saúde dos pacientes e prestando as orientações necessárias, contribuindo para a prevenção, controle e tratamento da doença à distância”, explica Letícia, acrescentando que a instituição entende a necessidade de educar seus alunos para que se familiarizem com a tecnologia de Telessaúde.
“E que eles compreendam a lógica, vantagens e limitações” – projeta. “Certamente esse modelo de atendimento deverá fazer parte do projeto pedagógico do nosso curso de medicina”, finalizou a coordenadora.