O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou nesta quinta-feira (12) que descartou decretar o instrumento da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em reação aos protestos de extremistas para não abrir mão de sua responsabilidade de governar. Com críticas à participação de militares que aderiram ao discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula afirmou que as Forças Armadas não são poder moderador.
“As Forças Armadas não são poder moderador como eles pensam que são. As Forças Armadas tem um papel definido na Constituição que é a defesa do povo brasileiro e a defesa da nossa soberania contra conflitos externos. É isso que eu quero que eles façam bem feito”, disse Lula, em café com jornalistas no Planalto.
Lula disse que já conversou com os comandantes das três Forças sobre o que entende como o papel dos militares.
“Eu disse para eles que nunca imaginei que tivéssemos um presidente que tivesse sido expulso das Forças Armadas por má conduta e ao assumir a presidência da República tivéssemos criado um clima negacionista dentro das Forças Armadas”, disse.
Aos comandantes, o presidente criticou o envolvimento das Forças Armadas no processo de fiscalização das urnas eletrônicas. “Eu disse aos comandantes: o que explica uma comissão de general ir cuidar de urna eletrônica? Qual a lógica? Quem tem que cuidar da democracia são os partidos, a sociedade”.