O ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nessa quarta-feira (12), durante discurso no 59° Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) que enfrentou e derrotou o bolsonarismo. A declaração do magistrado aconteceu em reação a vaias da plateia do evento, que exibiu uma faixa chamando Barroso de ‘inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016’.
“Nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, disse.
Barroso defendeu também o livre direito à manifestação e criticou a ditadura. Ele estava acompanhado no palco do ministro da Justiça do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Flávio Dino.
“Só ditadura fecha Congresso, só ditadura cassa mandatos, só ditadura cria censura, só ditadura tem presos políticos. (…) Nós percorremos um longo caminho para que as pessoas pudessem se manifestar de qualquer maneira que quisessem”, afirmou.
REAÇÃO DE APOIADORES DE BOLSONARO
Após as falas, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro reagiram às declarações. O líder da oposição na Câmara, o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), afirmou que irá entrar com um pedido de impeachment contra o ministro do STF.
“A oposição entrará com processo de impeachment contra Barroso por cometer crime de “exercer atividade político-partidária”, previsto no art. 39, da lei 1079/50”, publicou Jordy nas redes sociais.
“PERDEU, MANÉ!”
Esta não foi a primeira vez que o ministro foi alvo da ira dos apoiadores do ex-presidente. Após a divulgação da vitória de Lula nas eleições de 2022, o ministro respondeu com a expressão “perdeu, mané” uma bolsonarista que o abordou na rua.
Ao ser questionado como estava, o magistrado disse que estava “feliz pelo Brasil”. A mulher passou, então, a seguir Barroso pela rua, criticando a atuação do Supremo.
“Nós vamos ganhar essa luta. O senhor está entendendo que nós vamos ganhar essa luta? Cuidado, o povo brasileiro é maior que a Suprem Corte. Você não vai ganhar o nosso país. Foge!”, ela diz.
Após ser acuado pela bolsonarista, o ministro entra em uma loja. Mas antes, ele responde a manifestante: “Não seja grosseira. Tchau, minha senhora. Passe bem”, falou o juiz do STF.