Parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) querem que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deponha na CPMI dos atos do dia 8 de janeiro. Um requerimento para convocar o ministro já foi protocolado na Comissão Parlamentar de Inquérito, embora ainda não haja perspectiva de votação.
A oposição quer questionar Moraes sobre relatórios produzidos pela Abin que, na véspera dos ataques, alertaram para o risco de “ocupação de prédios públicos” e “ações violentas”. Isso porque esses alertas foram enviados não apenas ao GSI, mas a membros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido por Alexandre, e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Membros do TSE e do STF, que compunham um grupo de WhatsApp chamado “CIISP/DF Manifestações”, receberam os comunicados da Abin. Ainda não se sabe, contudo, quem eram os integrantes dos tribunais que participavam do grupo, uma abreviação de “Célula Integrada de Inteligência de Segurança Pública”.
A oposição quer questionar se Moraes teve conhecimento de tais relatórios. Bolsonaristas argumentam que, como relator do inquérito que investiga milícias digitais e atos antidemocráticos, há chance de Alexandre ter ficado a par dos alertas.
Como ministro do STF, contudo, Alexandre de Moraes não é obrigado a depor na CPI Mista. Por isso, já há um movimento para transformar em convite a convocação protocolada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES).