O Brasil alcançou um patamar sem precedentes em sua história financeira ao registrar uma dívida bruta superior a R$ 9 trilhões em outubro de 2024, representando 78,64% do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados foram divulgados pelo Banco Central em seu relatório de Estatísticas Fiscais.
O montante atual, que soma exatos R$ 9,032 trilhões, apresentou um crescimento de 1,16% em relação a setembro e um aumento expressivo de 14,13% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. O valor contempla as dívidas do governo federal, INSS e administrações estaduais e municipais.
No atual governo, iniciado em 2023, o aumento da dívida já alcança R$ 1,8 trilhão, evidenciando uma aceleração significativa no endividamento público. Somente em 2024, o acréscimo foi de R$ 952,6 bilhões, contribuindo para elevar o percentual em relação ao PIB em 4,22 pontos percentuais.
Os gastos com juros da dívida também apresentaram crescimento expressivo. Em outubro de 2024, as despesas com juros nominais atingiram R$ 111,6 bilhões, representando um aumento de 80,3% em comparação ao mesmo mês de 2023. A manutenção da taxa Selic em patamares elevados tem sido um fator determinante para o encarecimento do financiamento da dívida pública.
O cenário atual mostra-se ainda mais preocupante quando analisado o acumulado de 12 meses até outubro, período em que o setor público consolidado despendeu R$ 869,3 bilhões apenas com juros. Como resultado, o deficit nominal do período alcançou R$ 1,093 trilhão, equivalente a 9,52% do PIB.
A evolução histórica da dívida bruta brasileira revela um crescimento consistente ao longo dos diferentes governos. Desde 2007, quando teve início a série histórica atual, o endividamento apresentou aumentos significativos em todas as gestões, culminando no atual patamar recorde.