O boxeador José Adilson Rodrigues dos Santos, conhecido como Maguila, faleceu nesta quinta-feira (24) em São Paulo, aos 66 anos. O ex-atleta lutava contra a encefalopatia traumática crônica (ETC), doença degenerativa causada por repetidos golpes na cabeça durante sua carreira nos ringues.
Maior nome do boxe brasileiro na categoria peso-pesado, Maguila construiu uma carreira impressionante com 77 vitórias em 85 lutas, sendo 61 delas por nocaute. Sua trajetória começou em 1983, quando conheceu o empresário Luciano do Valle, que o levou para treinar com Angelo Dundee, técnico de Muhammad Ali.
O sergipano nascido em Aracaju alcançou destaque internacional ao enfrentar lendas como Evander Holyfield e George Foreman. Em 1995, conquistou seu maior título ao se sagrar campeão mundial pela Federação Mundial de Boxe (FMB), vencendo o britânico Johnny Nelson por pontos.
Além dos ringues, Maguila conquistou o público com seu carisma único. Participou de programas de televisão, gravou um CD de samba e até tentou carreira política como candidato a deputado federal em 2010. Seu apelido, inspirado em um personagem de desenho animado, tornou-se sua marca registrada.
Desde 2017, o ex-boxeador vivia em uma casa de repouso devido ao agravamento de seu quadro de saúde. A doença, similar ao Alzheimer, foi diagnosticada em 2013, consequência dos golpes recebidos durante os 17 anos de carreira profissional. Sua morte foi confirmada pela esposa, Irani Pinheiro.
Maguila deixa um legado importante para o esporte brasileiro, tendo sido pentacampeão continental, campeão sul-americano e das Américas, além de seu título mundial. Sua história representa tanto as glórias quanto os riscos da carreira pugilística, servindo como reflexão sobre a segurança no esporte.