A Justiça argentina confirmou nesta quarta-feira (13) a condenação da ex-presidente Cristina Kirchner a seis anos de prisão e inabilitação perpétua para exercer cargos públicos. O Tribunal de Apelações Federais manteve por unanimidade a sentença de 2022, que a considerou culpada de liderar esquema criminoso para desviar recursos públicos.
O caso, conhecido como “Causa Vialidad”, envolve 51 licitações de obras rodoviárias na província de Santa Cruz, reduto político da família Kirchner. De acordo com a investigação, a ex-mandatária favoreceu empreiteiras com contratos superfaturados e obras inacabadas durante seu governo, resultando em prejuízos milionários aos cofres públicos.
Apesar da decisão, Cristina Kirchner não será presa imediatamente. A defesa tem dez dias para recorrer à Suprema Corte argentina, que deve começar a analisar o processo apenas em março de 2025. A ex-presidente, que também foi vice de Alberto Fernández entre 2019 e 2023, nega as acusações e alega ser vítima de perseguição política.
A condenação pode impactar significativamente o cenário político argentino. Kirchner está prestes a assumir a liderança do Partido Justicialista em 17 de novembro, em um momento crucial para a oposição peronista após a vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais. A inabilitação para cargos públicos, se mantida, a impede de concorrer a posições eletivas nas próximas disputas.
Em manifestação recente, a ex-presidente publicou uma carta intitulada “Los Copitos de Comodoro Py”, na qual argumenta que o objetivo do processo é bani-la definitivamente da vida pública argentina. O desfecho do caso na Suprema Corte será decisivo para definir o futuro político de uma das figuras mais influentes do peronismo.