Um suposto esquema de compra de medicamentos com preços inflacionados na Prefeitura de Coronel Fabriciano, foi denunciado durante um debate político promovido pelo portal de notícias Plox. A candidata Dra. Stella Nunes, do MDB, apresentou documentos que sugerem um possível superfaturamento nas aquisições de remédios pela administração municipal.
DENÚNCIA EM DEBATE
O debate, realizado na terça-feira (01) em Ipatinga, trouxe à tona informações sobre as práticas de compra de medicamentos em Coronel Fabriciano. Segundo a Dra. Stella Nunes, candidata pela “Coligação Todos por Fabri”, a prefeitura estaria utilizando um procedimento de adesão a atas de registro de preços que resultaria na aquisição de remédios a valores até três vezes superiores aos praticados em outras cidades.
A denúncia baseia-se em uma extensa pesquisa realizada pela candidata, que utilizou dados do portal da transparência municipal, sites de busca e informações fornecidas por servidores públicos. Durante o debate, foram apresentados documentos que incluem um termo de anulação de processo licitatório cancelado pela prefeitura, o contrato de adesão à ata com a empresa LineHosp e um contrato da mesma empresa com o município de Congonhas.
De acordo com os documentos, a Prefeitura de Coronel Fabriciano teria desistido de realizar seu próprio processo de compra para aderir a uma ata de um consórcio de municípios do sul do estado. O que chama atenção é a discrepância nos descontos oferecidos pela empresa LineHosp: enquanto Fabriciano recebe um desconto de 45% sobre a tabela de medicamentos e insumos, Congonhas obtém um desconto de 82% da mesma empresa.
Stella Nunes exemplificou a situação afirmando que, em alguns casos, Fabriciano paga R$ 55,00 por um medicamento que é vendido a R$ 18,00 para Congonhas. Segundo seus cálculos, essa diferença poderia resultar em um prejuízo de aproximadamente 50 milhões de reais aos cofres públicos ao longo de oito anos.
A candidata questionou o impacto dessas práticas na qualidade do atendimento à saúde da população, levantando preocupações sobre a possível falta de medicamentos e assistência adequada. “Quantas pessoas morrem hoje na cidade por falta de medicamentos? Quantas pessoas sofrem por falta de assistência? Quem está ganhando com isso? Para onde está indo esse dinheiro?”, indagou Stella Nunes durante o debate.