Em uma tenda improvisada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participou nesta sexta-feira (5), da inauguração do novo campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) na cidade de Osasco. A obra, que já demandou investimentos superiores a R$ 900 milhões, ainda não está concluída, e o presidente foi questionado por Jamile Fernandes, aluna do terceiro ano de Direito, sobre a finalização do projeto.
Segundo a aluna Jamile, a inauguração de hoje contempla apenas metade do projeto previsto. “A obra não está concluída. O que está sendo inaugurado hoje é apenas metade do projeto. Faltam moradias estudantis, restaurante e auditórios. A universidade não é verdadeiramente nossa, apenas 8% dos alunos são negros. Precisamos lidar com a realidade”, afirmou a estudante.
Em sua breve fala durante o evento, o ex-ministro da Educação e atual titular da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu a cobrança da aluna da Unifesp, alegando que a construção de universidades não tem fim.
“A USP [Universidade de São Paulo] até hoje está sendo construída, prédios estão sendo construídos e professores sendo contratados”, disse Haddad se dirigindo à aluna.
Haddad lembrou que desde que o governo Lula iniciou em 2007 “o maior plano de universidades públicas do Brasil”, 126 prédios de universidades foram entregues. Na ocasião, continuou o ministro, as pessoas perguntavam sobre o porquê de o governo implantar universidades federais em São Paulo, Estado que já era bem servido por universidades e faculdades.
“O presidente Lula me disse que era importante a presença de universidades federais em São Paulo porque São Paulo não tinha o sentimento de pertencimento”, disse Haddad.
Foi a partir de então que, segundo Haddad, que o governo federal resolveu criar o anel universitário em São Paulo, onde só se falava em rodoanel. “Aqui só se falava em rodoanel, que até hoje não está concluído apesar dos recursos enviados pelo governo federal”, disse Haddad.