A ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela está prestes a dar mais um passo para sufocar a oposição e consolidar seu poder. O regime propôs uma reforma eleitoral na Assembleia Nacional que impediria a candidatura de políticos que não acatarem decisões judiciais, especialmente a recente sentença do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que reafirmou a vitória de Maduro nas eleições de 28 de julho.
A proposta foi apresentada pelo presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, durante sessão parlamentar nessa quinta-feira (22). Ele defendeu a criação de uma lei que proibiria a candidatura de quem não respeitar a decisão do Supremo sobre a reeleição de Maduro. O próprio ditador manifestou apoio à ideia, declarando que concorda em reformar as leis eleitorais para excluir do processo eleitoral aqueles que “desrespeitam as leis, os poderes públicos e a Constituição”.
A motivação por trás dessa medida surgiu após parte da oposição se recusar a reconhecer a decisão judicial que confirmou a vitória de Maduro. O candidato opositor Edmundo González, que alega ser o verdadeiro vencedor do pleito, afirmou em redes sociais que nenhuma sentença judicial impedirá a verdade. González sustenta que sua chapa venceu de forma esmagadora e que possui as atas que comprovam o resultado, acusando o TSJ de ser um braço da ditadura Maduro.
A controvérsia em torno das eleições se intensificou após o TSJ confirmar a vitória de Maduro sem apresentar as atas da votação. A Corte determinou que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) publique os resultados definitivos no Diário Oficial do país até 30 de agosto, alegando que o Poder Eleitoral foi vítima de um ataque cibernético que teria prejudicado o trabalho da instituição.
A proposta de reforma eleitoral representa mais um movimento do regime para cercear a participação da oposição no processo democrático venezuelano. Ao condicionar a elegibilidade ao reconhecimento da vitória de Maduro, o governo busca silenciar vozes dissidentes e consolidar sua permanência no poder.
Observadores internacionais e defensores dos direitos humanos expressam preocupação com essa nova investida contra a democracia na Venezuela. A medida, se aprovada, pode agravar ainda mais a crise política no país, eliminando qualquer possibilidade de alternância de poder por vias eleitorais.
A comunidade internacional aguarda com apreensão os próximos passos do regime de Maduro e suas implicações para o futuro político da Venezuela. Enquanto isso, a oposição enfrenta o desafio de manter sua luta por eleições livres e justas em um cenário cada vez mais restritivo e autoritário.