No mês de novembro, o mundo se tinge de azul para chamar atenção a uma causa de grande relevância: a saúde do homem. A campanha Novembro Azul, que ganhou força nos últimos anos, busca quebrar barreiras culturais e incentivar o público masculino a colocar a saúde como prioridade, focando especialmente na prevenção ao câncer de próstata.
Segundo o médico urologista da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Odail Rezende, o câncer de próstata é o mais comum entre os homens no Brasil, após o câncer de pele não melanoma. A afirmação é reforçada com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) que estimam que, no Brasil, um homem morre a cada 40 minutos devido à doença. No entanto, o profissional destaca que o câncer de próstata é altamente curável quando diagnosticado cedo, reforçando a necessidade do diagnóstico precoce.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia é recomendável que homens, sem histórico familiar de câncer de próstata, iniciem os exames preventivos aos 50 anos, enquanto aqueles com histórico familiar e de etnia negra devem começar aos 45 anos. Além desses exames preventivos, o médico ressalta a importância de atentar-se a alguns sintomas. “Dificuldade para urinar, presença de sangue na urina ou esperma e dores ósseas em casos mais avançados são sinais de alerta que não devem ser ignorados. Estes sintomas também podem estar associados a outros problemas, como a hiperplasia prostática benigna. Por isso, a avaliação regular por um urologista é indispensável para um diagnóstico adequado”, ressalta.
Para Odail, a resistência masculina em realizar exames preventivos é um dos maiores obstáculos enfrentados pela campanha. “Muitos homens ainda evitam o exame de toque retal, que é rápido, indolor e essencial, pois pode detectar irregularidades não identificadas por exames de sangue, como o PSA (Antígeno Prostático Específico). A aversão ao exame muitas vezes está ligada a uma cultura de machismo e falta de cuidado com a própria saúde. Porém, essa resistência tende a diminuir à medida que mais homens compreendem a importância da prevenção e de priorizar a saúde”, explica.
SAÚDE TAMBÉM É COISA DE HOMEM
Além do câncer de próstata, o Novembro Azul é um convite para que os homens adotem uma visão mais ampla sobre a saúde e vire uma rotina. “Existem também outras complicações urológicas que merecem atenção, como os cálculos renais, problemas hormonais, disfunção erétil, infecções sexualmente transmissíveis, tumores do trato gênito urinário, incontinência urinária. Também merece atenção a avaliação da fertilidade, o desenvolvimento na adolescência e o início da vida sexual e a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, questões de saúde que podem ser acompanhadas pelo médico”, alerta o Odail Rezende.
De acordo com o médico da família e comunidade da FSFX, Rúbio Andrade, as consultas de rotina permitem, ainda, a detecção precoce de doenças muitas vezes crônicas e silenciosas. “É importante procurar o atendimento e cuidar da saúde para reduzir os riscos futuros ou trazer um bom controle e cura daquelas doenças que são curáveis, aumentando assim a expectativa e melhorando a qualidade de vida dos pacientes”, destaca Rúbio.
Rúbio reforça que é preciso ter cuidados essenciais com a saúde masculina. Segundo o médico, a expectativa de vida dos homens é menor em comparação às mulheres, em parte devido ao menor hábito de buscar atendimento médico preventivo. “Muitos homens procuram ajuda somente quando há sinais evidentes de alguma doença, o que pode atrasar diagnósticos e tratamentos. A prevenção inclui consultas regulares, uma alimentação equilibrada, atividade física, evitar tabaco e álcool em excesso, além de dormir bem, pois um bom sono é essencial para a saúde mental. Também é importante estar atento a causas externas de mortalidade, como acidentes e agressões, que são mais comuns entre os homens”, orienta Rúbio.
Para além de novembro, o cuidado com a saúde deve ser uma constante na vida do homem. É essencial a responsabilidade, a busca do acompanhamento médico e práticas saudáveis. “O preconceito e o medo não devem sobrepor ao valor da vida, é preciso quebrar essa falta de cultura do homem com cuidado com a saúde. Então essa campanha é uma oportunidade de promover mudanças que podem salvar vidas e proporcionar qualidade de vida e longevidade”, pontua o urologista.
REFERÊNCIA NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO
A unidade de Oncologia do Hospital Márcio Cunha (HMC) é referência para cerca de 1,6 milhão de pessoas de 87 municípios do Vale do Aço e Nordeste mineiro. Mais de 85% dos atendimentos da unidade são destinados a pacientes do SUS. Habilitada como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), a unidade oferece tratamentos especializados em cirurgia oncológica, radioterapia, hematologia e oncologia pediátrica, além de um corpo clínico com grande expertise.
No último ano, segundo dados do Registro Câncer Hospitalar da unidade de Oncologia do HMC, 319 homens, com idade superior a 18 anos, iniciaram o tratamento de câncer de próstata. Deste total, homens com idade entre 61 e 70 anos lideram as estatísticas, com 44,2%, seguidos pela faixa etária de 71 a 80 anos que representam 28,5% dos homens em tratamento oncológico contra o câncer de próstata.
A estrutura e o compromisso com a qualidade, aliados a um tratamento humanizado, tornam o HMC um dos principais centros de combate ao câncer na região, impactando diretamente a vida de milhares de pacientes.