URGENTE – O subsecretário municipal de Timóteo, Marques Alessandro Valgas, apresentou seu pedido de exoneração, denunciando caso de “assédio político no ambiente de trabalho”, impedido por falso depoimento. A solicitação de desligamento do cargo de confiança foi apresentada nesta sexta-feira (27) à Prefeitura Municipal de Timóteo.
Segundo Marques, ele jamais havia enfrentado uma situação semelhante, onde os servidores contratados são forçados a participar de eventos eleitorais organizados pela administração municipal. “Os contratados são obrigados a comparecer aos eventos direcionados pela campanha, e ainda precisam assinar uma lista de presença, sob constante avaliação”, desabafa.
“Eu, mesmo sendo portador de uma comorbidade cardiovascular, fui pressionado a participar de uma caminhada no bairro São Cristóvão, mesmo estando de atestado médico, devido a ameaças.” Marques complementa: “Atualmente, na prefeitura, tudo funciona com base na ‘efetividade’ e participação obrigatória.”
Marques Valgas ressalta que a participação em ações de campanha deveria ser uma escolha pessoal, e não uma imposição. “É inadmissível o assédio político que ocorre hoje dentro da Prefeitura de Timóteo”, afirma. Segundo ele, os eventos eleitorais da atual administração, exaustivos, contam com a presença de cerca de 200 pessoas, das quais, aproximadamente 190 são comissionados que se sentem forçados a comparecer para manter seus cargos.
“É terrível ver uma pessoa cumprir seu horário de trabalho como comissionado e, no final do expediente, ser obrigada a seguir a agenda eleitoral do candidato da situação, chegando em casa após às 22h e na manhã seguinte, ter que estar na prefeitura para bater o ponto, novamente.” – revela.
ASSÉDIO POLÍTICO
O subsecretário descreve a situação como “assédio político”. “A manutenção do cargo é condicionada à participação ativa nas ações da campanha. Isso é uma falta de respeito ao ser humano. Todas as secretarias e os comissionados hoje trabalham em prol da política, com o direcionamento vindo diretamente da Casa de Campanha e dos assessores”, denuncia Marques.
Ele critica o que considera a perda de autonomia dos secretários, que se tornaram “figuras simbólicas”, enquanto as decisões são tomadas com base nas necessidades eleitorais. “É assustador ver a máquina pública ser usada para perpetuar o poder da atual gestão. O funcionalismo público deve servir ao povo, e não ao comitê de campanha.”
Marques também menciona o impacto nas ações da Defesa Civil, relatando que a secretaria, em parceria com a gestão de limpeza urbana, tinha planejado uma série de intervenções em áreas de risco, como a retirada de terra e pedras. No entanto, segundo ele, esse planejamento foi desconsiderado pela Casa de Campanha, que redireciona recursos para áreas com maior número de eleitores, conforme indicação de lideranças políticas locais. “A falta de zelo pela coisa pública está escancarada. O que eles querem é vencer as eleições a qualquer custo”, conclui Marques, visivelmente indignado.