Por Walter Biancardine (*)
Nestes dias de baixaria glorificada e vagabundagem remunerada – uma semana de “feriado”, sem descontar do salário – cometi a imprudência de correlacionar a crise político-financeira insolúvel que vivemos com a extraordinária capacidade brasileira de, mesmo queixando-se da falta de dinheiro, lotar estradas nos feriados, beber até cair e fazer besteiras no carnaval.
Por quê somos assim? Por quê nada de melhor exigimos? Por quê sempre colocamos a culpa em alguém, e não em um sistema? E por quê sempre buscamos um “salvador da pátria” para cuidar de nós, no lugar de tomarmos qualquer iniciativa?
As respostas, creio, vieram através de uma série de perguntas, feitas ao Chat GPT, e que abordava um assunto diverso, mas perfeitamente explicativo do fato de termos tudo e não sermos nada.
Leia o que a inteligência artificial disse:
Pergunta: Quais as causas da redução de Q.I. da população brasileira?
O ChatGPT disse:
A redução do Q.I. médio da população brasileira pode ser explicada por uma combinação de fatores ambientais, sociais e culturais. Entre as principais causas, podemos destacar:
1 – Declínio da Educação Formal
– Queda na qualidade do ensino básico e médio, com métodos pedagógicos ineficazes.
– Enfraquecimento da disciplina e do rigor acadêmico.
– Desvalorização da leitura e do pensamento crítico.
2 – Disgenesia
– A diminuição da taxa de natalidade entre pessoas de maior nível educacional e cognitivo, enquanto grupos com menor escolaridade tendem a ter mais filhos, pode levar a uma diminuição da média do Q.I. ao longo do tempo. (Pobre tem um monte de filhos. Classe média e rico tem só um e olhe lá. É o Enzo – Nota do autor)
3 – Efeitos da Nutrição e Saúde Pública
– Deficiências nutricionais nos primeiros anos de vida, como a falta de ferro e iodo, impactam o desenvolvimento cognitivo.
– Aumento de problemas como obesidade e sedentarismo, que afetam a função cerebral.
4 – Ambiente Cultural e Tecnológico
– Ascensão da cultura de superficialidade e imediatismo, impulsionada por redes sociais e entretenimento digital de baixo nível cognitivo.
– Redução do hábito da leitura e do consumo de conteúdos intelectualmente estimulantes.
– Substituição do pensamento analítico por respostas automáticas e emocionais.
5 – Desvalorização do Esforço Intelectual
– O culto à mediocridade em detrimento da meritocracia.
Pressão social para reduzir exigências acadêmicas em nome da inclusão.
Hostilidade ao conhecimento tradicional e à cultura clássica.
6 – Políticas Públicas e Ideologias Educacionais
– Reformas educacionais que reduzem o conteúdo curricular e promovem pedagogias ineficazes.
– Enfoque excessivo em pautas ideológicas em vez de competências cognitivas fundamentais.
– Falta de incentivo à excelência intelectual em nome da igualdade de resultados.
Pergunta: Em termos de pontuação, cite os 5 países que sofreram as maiores quedas nos índices.
O ChatGPT disse:
De acordo com os dados disponíveis, os cinco países que apresentaram as maiores quedas nas pontuações médias de QI entre 2023 e 2024 são:
Japão: queda de 1,96 pontos (de 108,14 para 106,18).
Coreia do Sul: queda de 0,99 pontos (de 107,42 para 106,43).
Singapura: queda de 0,86 pontos (de 106 para 105,14).
Irã: queda de 0,11 pontos (de 106,41 para 106,3).
China: queda de 0,4 pontos (de 106,79 para 107,19).
Pergunta: Em termos de pontuação média, qual foi o declínio do Brasil nos últimos 30 anos?
O ChatGPT disse:
De acordo com os dados disponíveis, o QI médio no Brasil apresentou uma redução de aproximadamente 10 pontos ao longo dos últimos 100 anos.
No entanto, não há informações específicas sobre a variação do QI médio brasileiro nos últimos 30 anos. É importante notar que a confiabilidade desses dados pode ser limitada devido a diferenças nos métodos de avaliação e à escassez de estudos longitudinais abrangentes.
Pergunta: Qual a média atual do Q.I. do brasileiro?
O ChatGPT disse:
Estudos sobre o quociente de inteligência (QI) médio da população brasileira apresentam resultados variados, refletindo a complexidade e os desafios na mensuração precisa desse indicador.
Estimativas de QI no Brasil:
Richard Lynn e colaboradores: Em seu livro “IQ and the Wealth of Nations”, Lynn estimou o QI médio do Brasil em 88 pontos.
Dados Mundiais: Este site coloca o Brasil na 69ª posição, com um QI médio de 83 pontos.
Estudo de Flores-Mendoza et al. (2012): Pesquisadores brasileiros avaliaram 1.192 adultos em Minas Gerais e 1.641 estudantes universitários de várias regiões, utilizando as Matrizes Progressivas de Raven. Eles encontraram um QI médio de 89 pontos na população geral.
Desalentado, resolvi fazer um comparativo baseado nos memes da internet, sobre o atual nível de inteligência do brasileiro médio ser menor que o de um macaco. Veja o resultado:
Pergunta: Qual o Q.I. médio de chimpanzés e gorilas?
O ChatGPT disse:
O quociente de inteligência (QI) de chimpanzés e gorilas não pode ser medido da mesma forma que o dos humanos, mas estudos indicam que seu nível de inteligência equivale a um QI humano entre 25 e 50.
Já mais animado, ousei desafiar o reino animal e perguntei ao Chat GPT:
Pergunta: Qual o animal com Q.I. mais elevado, em termos de equivalência humana?
O ChatGPT disse:
O animal com o QI mais elevado, em termos de equivalência humana, é geralmente considerado o golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus).
Pesquisas indicam que a inteligência dos golfinhos pode equivaler a um QI humano entre 80 e 90, tornando-os possivelmente os mais inteligentes depois dos humanos.
Outros animais com altos níveis de inteligência incluem:
Grandes primatas (chimpanzés, bonobos e orangotangos) – QI estimado entre 50 e 70.
Elefantes – Demonstram memória excepcional, resolução de problemas e empatia, com um QI estimado entre 50 e 60.
Papagaios e corvos – Resolvem problemas complexos e utilizam ferramentas, com inteligência comparável à de uma criança de 5 anos.
Creio que comentários serão desnecessários, cabendo ao leitor formar sua própria ótica baseada no comportamento do brasileiro médio neste último carnaval, somado às condições econômico-financeiras do país e ao fato de vivermos sob uma ditadura – todos estes fatores, aparentemente, insolúveis até que encontremos o “salvador da pátria”, seja ele Donald Trump, Bolsonaro ou até mesmo Gusttavo Lima ou Pablo Marçal.
Quanto a mim, particularmente, desisti.