Por Walter Biancardine (*)
Hoje, 24 de janeiro, completamos três anos sem o homem que ressuscitou a direita no Brasil e reapresentou o povo a algo que sempre fomos e jamais soubemos: conservadores.
Milhões de brasileiros paravam para escutar Olavo de Carvalho, mas sua personalidade – uma cruza perfeita entre Sócrates e Dercy Gonçalves – foi o fator determinante para tal espantosa popularidade, fazendo com que pessoas insuspeitas e em locais inusitados (torcedores em estádios de futebol, trocadores de ônibus em serviço ou faixas estendidas em barracos nas favelas) manifestassem seu apoio e admiração a um – pasmem – filósofo, deliberadamente desbocado.
Nosso professor foi muito além de sua didática: ele, através de seu COF – Curso Online de Filosofia – ensinou milhares de pessoas a raciocinar, uma arte da natureza humana violentamente sufocada, quase extinta de nossas cabeças pelo atroz sistema de ensino paulofreireano e pela grande mídia verde amarela.
Olavo, sozinho, criou o ambiente social para o surgimento de Bolsonaro, pois sem sabermos o que é direita conservadora, nosso ex-presidente não teria espaço. Olavo ressuscitou a direita no Brasil e nos mostrou sermos conservadores. Olavo desafiou – e venceu – o torpe eurasianismo de Alexander Dugin, guru de Putin, e nos advertiu sobre o mesmo. Para completar, este mesmo Olavo – um filósofo – foi o responsável pela conversão ou retorno de milhares de pessoas à Igreja Católica, popularizando o Padre Paulo Ricardo e suas aulas sobre o marxismo cultural, São Pio de Pietrelcina e seus espantosos milagres, além da sempre boa lembrança de Santo Tomás de Aquino (Suma Teológica) e Santo Agostinho (Confissões).
Desnecessário dizer os inúmeros autores, filósofos e intelectuais que os esforços do professor popularizou, provocando a edição de livros e trabalhos sobre os mesmos, tais como Sertillange e tantos outros.
Não satisfeito, fez o que talvez ainda não tenhamos prestado o devido reconhecimento, abrindo nossos olhos contra a descarada manipulação – verdadeira obra de engenharia social – ministrada de maneira gramsciana, diariamente, pela grande mídia e seus jornais, revistas, novelas e toda a indústria cultural comuno-globalista atual – de matérias tendenciosas a farsas grotescas como a Covid, sobre tudo isso nos alertou e ensinou.
Todos nós temos, entretanto, apenas os dias que nos foram dados por Deus para habitarmos sobre a terra, e os do professor e filósofo Olavo de Carvalho chegaram ao fim, há três anos atrás.
Infelizmente, é da natureza humana que esqueçamos as lições que aprendemos se, delas, não tivermos o cotidiano reforço e lembrança – e nos esquecemos, aparentemente, da maioria dos esforços e das obras de Olavo, voltando – viciosamente – aos mesmos erros e hábitos nocivos, verdadeiras armadilhas de cérebros amedrontados ou preguiçosos, que praticamos no passado.
Não nos faltam exemplos desta “amnésia olaviana”, bastando verificarmos que a PEC de diminuição de idade para o Senado, que muitos eufóricos brandem em prol de um bom rapaz – nada mais que isso – Nikolas Ferreira, tanto pode beneficiar o mesmo inexperiente moço quanto, também, a Tábata Amaral, João Campos e Érika Hilton, notórios comuno-globalistas.
Ao lermos alguns comentários nas redes sociais como “presidente Bolsonaro explica os motivos de apoio ao Alcolumbre e ao Hugo Mota: ‘É indigesto, mas enquanto não formos maioria, não há saída. Não podemos mais abrir mão das comissões”, é impossível que não lembremos da dura advertência do professor Olavo ao então recém-eleito Presidente Bolsonaro: “elimine-os, ou eles eliminarão você”.
Para uma maior lembrança: nos Estados Unidos, o presidente Trump se diferencia de seu primeiro mandato e atropela tudo e todos, em ondas de demissões, exonerações, cortes de verbas e exposições públicas dos atos ilícitos do estamento burocrático norte americano – tal como Olavo advertiu Bolsonaro: “Sua primeira ação deve ser limpar completamente o ambiente que o cerca; demitir, exonerar e até prender todos aqueles que constituem o stablishment, ou em breve se tornará refém deles e terá de mendigar sua própria liberdade”.
Do mesmo modo falava Olavo sobre os Organismos Internacionais, seu globalismo nefasto e o sórdido projeto de redução da população mundial, para a imposição da governança global. E tanto advertiu, falou, escreveu livros, deu entrevistas internacionais e divulgou o assunto que, hoje, a Itália – tal qual Trump fez com os Estados Unidos – pode ser o próximo país a sair da OMS: o partido “LEGA” que compõe a coalizão de governo apresentou um projeto de lei no senado para retirar o país da organização: “a OMS é uma empresa salarial inútil aos interesses nacionais, um movimento que não faz bem ao mundo, mas apenas aos seus próprios funcionários”, afirmou o senador Claudio Borghi (LEGA), que apresentou o projeto.
Para não nos atermos apenas à OMS, citemos outro organismo, cotidianamente denunciado por Olavo e que, com o tempo, mostrou a veracidade de suas advertências: a Gazeta do Povo abriu manchetes noticiando que “abrigo da ONU em Gaza era usado como cativeiro pelo Hamas, dizem reféns libertadas”.
Endossando Olavo, o analista político Leandro Ruschel disse, em seu X-Twitter: “A ONU não passa de um aparelho terrorista e de um instrumento de governos totalitários. Essa organização, profundamente corrupta, deveria ser fechada.”
Seria fácil gastar laudas e laudas apenas para expressar o que hoje, tornou-se pleonasmo: Olavo tem razão.
Não é esta, entretanto, a intenção do presente artigo. Trato apenas de lembrar os maravilhosos feitos de um homem que acordou toda uma nação e, certamente, teve grande parte nos méritos do despertar mundial para o conservadorismo.
Muito devemos a Olavo de Carvalho e hoje vemos, diariamente, como ele nos faz falta. A dança de baratas tontas, que constitui as ações políticas da direita conservadora brasileira nos dias de hoje, mostra isso.
Orem pela alma do professor Olavo.
Ele sempre teve razão.