Os juros do cartão de crédito atingiram 450,6% ao ano em fevereiro de 2024, o maior patamar para o mês desde 2017, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (9). O índice representa um aumento de 9,6 pontos percentuais em relação a janeiro, quando a taxa estava em 441% ao ano.
O impacto dessa alta é devastador para o consumidor: uma dívida de R$ 800 contraída há um ano se transformou em R$ 4.404,80 atualmente. Mesmo com a nova legislação que limita os juros do rotativo a 100% do valor original da dívida, aprovada em dezembro de 2023, as taxas seguem pressionadas.
O cenário preocupante se estende a outras modalidades de crédito. O cheque especial, segunda linha mais cara do mercado, também registrou elevação, chegando a 144,4% ao ano em fevereiro – um acréscimo de 8,8 pontos percentuais frente ao mês anterior.
Para fugir dessas taxas exorbitantes, especialistas recomendam o crédito consignado como alternativa mais econômica. A modalidade manteve-se estável em 25,1% ao ano, com condições ainda mais vantajosas para aposentados do INSS (23,6%) e servidores públicos (24,7%).
A disparada dos juros do cartão ocorre mesmo após medidas do Conselho Monetário Nacional para conter as taxas. Desde janeiro, existe um teto que impede que a dívida mais que dobre, independentemente do tempo de atraso. Porém, os números do BC refletem uma média estatística anualizada, nem sempre efetivada na prática, já que os atrasos costumam durar períodos mais curtos.