A estatal dos Correios registrou um prejuízo alarmante de R$ 1 bilhão apenas nos dois primeiros meses de 2025, com projeções indicando que o déficit pode alcançar R$ 5 bilhões até o final do ano. O valor representa um aumento de 40% em comparação ao resultado negativo de 2024.
O rombo começou em janeiro, quando a empresa acumulou perdas de R$ 500 milhões. A diretoria dos Correios atribui parte do prejuízo à “taxação das blusinhas”, medida implementada pelo Ministério da Fazenda. A situação é ainda mais preocupante porque a empresa busca contrair novas dívidas no valor de R$ 4,7 bilhões.
A crise financeira já afeta diretamente os funcionários. Em janeiro, parte dos trabalhadores, especialmente em São Paulo, enfrentou atrasos no pagamento dos salários. A estatal conta com aproximadamente 85 mil empregados diretos.
O cenário atual contrasta com o desempenho da empresa durante as gestões anteriores. Em 2021, por exemplo, os Correios chegaram a registrar lucro superior a R$ 2,1 bilhões. No entanto, em 2024, sob a gestão de Fabiano Silva dos Santos, a empresa registrou seu maior prejuízo histórico: R$ 3,2 bilhões.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo (Sintect-SP) já se manifestou sobre a situação. Segundo Elias Diviza, presidente da entidade, a centralização dos serviços de recursos humanos em Minas Gerais contribuiu para desorganizar o sistema, agravando os problemas operacionais da empresa.
Apesar do cenário negativo, a direção dos Correios planeja implementar em 2025 projetos estratégicos focados em inovação, modernização operacional e expansão para novos mercados, buscando reverter a atual situação financeira da companhia.