O jornal francês Le Monde publicou, nessa segunda-feira (30), uma reportagem tendo a primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, como protagonista. Amparada por uma foto de Janja sorrindo, vestida de indígena, a publicação trouxe o título: “Janja, primeira-dama do Brasil, e ‘vice-presidente’ do presidente Lula”.
A foto da publicação traz Janja com um cocar com o nome de Lula escrito. O texto descreve uma cena do dia 30 de outubro do ano passado, quando o petista foi eleito para Presidência da República. “Passaram-se meses, quase um ano, e Rosângela da Silva não saiu dos palcos, muito pelo contrário. Aos 57 anos, ela se tornou até uma das figuras políticas mais influentes do país”, diz um trecho da publicação.
O veículo de comunicação destaca o peso de Janja para formação do primeiro escalão do governo federal. Nesse sentido, o jornal cita como indicação de Janja a cantora baiana Margareth Menezes no comando do Ministério da Cultura.
Seguindo o silêncio da primeira-dama em relação as sucessivas demissões de mulheres do alto escalão do governo do marido, o Le Monde também ignorou a questão. Para o jornal francês, Janja é hoje uma das “figuras mais influentes do Brasil”.
O correspondente Bruno Meyerfeld, de São Paulo, que assina o texto, também não mencionou o fato de a primeira-dama não ter usado, por exemplo, toda a sua “influencia” no amparo imediato às vitimas das enchentes no Rio Grande do Sul, no início de setembro, tragédia que deixou 40 pessoas mortas e centenas de desabrigados.
A “vice” de Lula sobrevoou a região gaúcha 20 dias depois da tragédia, repetindo a postura que teve no período do Carnaval, quando outra tragédia abalou o Brasil matando 44 pessoas no litoral paulista por causa de fortes chuvas. Janja foi acusada pelos opositores de Lula, chamados pelo Le Monde de “extrema direita”, de ter tido “pouca empatia”.