Por Walter Biancardine (*)
Longe de ser uma nota alegórica ou pitoresca na atual ditadura comunista do Brasil, o deslumbre “nouveau riche” da Primeira-Dama Janja da Silva empresta o nítido e necessário contraste entre a dramática realidade institucional do país e as idiossincrasias dos tantos personagens que transitam nela, com o agravante de serem, os mesmos, os protagonistas deste conto distópico.
Enquanto Clezão perdeu a vida nas celas da ditadura, martirizado pelos desejos sádicos de um psicopata que o proibiu ser medicado, Janja ocupava-se em trocar toda a roupa de cama, móveis, utensílios – tudo o que houvesse, um dia e porventura, sido tocado pela antiga primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no Palácio do Planalto.
Para não prosseguirmos demais na dissecação de tão pútrido cadáver moral, termino tais exemplos com o recente “xilique” – sim, um mero e fútil “xilique, não há outro adjetivo que melhor o defina – da senhora Janja, ocorrido após o mal explicado incidente no voo presidencial e que desembocou na “exigência” da citada senhora em trocar o avião que serve à Presidência da República.
Por óbvio Lula trouxe para si tal decisão – jamais aceitaria demonstrar submissão à sua mulher – e aproveitou para tentar engordar seus ganhos, afirmando a necessidade de comprar “alguns” aviões para tal fim. Por outro lado explicita a chaga moral de sua esposa, ao facilitar as conclusões do cidadão comum: Janja quer ardentemente um novo avião, equipado com luxos inauditos, pelo determinante fato de Michelle Bolsonaro já haver utilizado a mesma aeronave que ela. Almeja, a invejosa, poder “esfregar na cara” de Michelle que ela, e só ela, desfruta de regalias e privilégios a bordo, os quais a personagem de sua obsessão invejosa – a charmosa e classuda esposa de Bolsonaro, amada pelo povo – nunca teve acesso.
Parece baixo, mesquinho? Pois o é. Fútil, leviano? Sim, também o é. Desperdiçador do dinheiro do pagador de impostos, um desvairio diante de tantas e tão prementes necessidades do país? Sim, mas em seu deslumbre de nova rica e empoderada, pouco se incomoda.
Se o leitor encontra-se repugnado com o fato de ações cruciais ou extremamente dispendiosas ao país serem decididos e ditados pela inveja, leviandade e a mais cretina vaidade, não se iluda: a maioria das decisões da ditadura comunista brasileira são tomadas sob este véu – excetuando-se, obviamente, os inúmeros e fortíssimos “interesses ocultos”.
Em quê diferem Janja da Silva e Alexandre de Moraes? O inominável condena, prende e persegue inocentes, destrói vidas e famílias, implode a democracia em todo o Brasil e condena um prisioneiro à morte, por omissão de socorro. Já a outra empurra despesas próximas ao bilhão de reais apenas para satisfazer seus deslumbres, vingar invejas e gozar loucamente sua vaidade. E tal vaidade deixa os desabrigados pelas enchentes no Rio Grande do Sul morrerem à míngua, sem socorro, assistência ou cuidados obrigatórios do governo.
Ambos são responsáveis pela anomia institucional de toda uma nação. Ambos gastam nosso dinheiro em futilidades ou despesas sem nenhum sentido, necessidade ou razão. Tal dupla nos ofende, esfregando em nossas caras seu poder arbitrário, não legitimado por nenhuma urna e que é obedecido por todo um estamento burocrático servil, demagogo e carreirista. Para completar, os dois são escancaradamente bajulados pela grande mídia, cúmplice do atual totalitarismo brasileiro.
Mas tanto Alexandre quanto Janja tem o sangue de mortos inocentes em suas mãos, e tal pecado gotejará de suas tumbas.
Que o leitor entenda que valho-me desta inominável dupla para demonstrar que tudo o mais, na atual ditadura comunista brasileira, funciona da mesma maneira e obedecendo as mesmas vontades e caprichos. Em suma, a vaidade impera.
O ex-presidiário apenas ocupa uma cadeira e tem, como função, assinar papéis decididos por outros. Nada manda, pois esta foi a condição para que saísse da cadeia e assumisse. Invejanja da Silva tem por função desviar, com seus deslumbres de nova-rica, as atenções de seu marido – um mero fantoche cleptomaníaco, alcoólatra e em franca e senil decadência.
Quem realmente manda veste toga, procuradores juramentados dos interesses mais ocultos, inomináveis e ilícitos que possamos imaginar.
E no meio de tal suruba moral estamos nós, a direita conservadora que, prestando-se ao papel de imitadores, perdemo-nos em acusações de traição, divisionismo, cripto-comunismo e esfacelando a união e coesão, vitais para 2026.
Que o leitor entenda: antes de aderirmos a grupos acusatórios histéricos nas redes sociais, devemos prestar muita atenção em apenas dois fatos, inerentes a quaisquer personagens envolvidos na rinha – seu passado e suas ações. Somente isso.
Ações definem melhor o caráter de uma pessoa que quaisquer discursos que ela faça.
Vide Xandão, Invejanja, Lula et caterva.