Por William Saliba
Uma análise preliminar sugere que o vídeo divulgado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caminhando ao lado de seu médico neurologista, após cirurgias no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, pode conter elementos editados por computação gráfica e inteligência artificial. A suspeita foi levantada com base em observações de discrepâncias visuais e técnicas no material divulgado.
O material em questão, distribuído pela Agência Brasil à imprensa e creditado ao fotógrafo Ricardo Stuckert, apresenta imagens que, segundo especialistas consultados informalmente, mostram traços característicos de edição digital. No frame analisado, a imagem de Lula exibe bordas serrilhadas e diferenças perceptíveis de qualidade em relação ao médico que o acompanha no corredor do hospital.
Técnicas como captura de movimento (“motion capture”) e captura de performance (“performance capture”), amplamente utilizadas na indústria cinematográfica, foram mencionadas como possíveis ferramentas empregadas na suposta manipulação. Essas tecnologias permitem a reprodução fiel de movimentos corporais e expressões faciais, potencialmente explicando as discrepâncias notadas.
EVIDÊNCIAS ESPECÍFICAS
Outro ponto levantado foi a quantidade de dedos nas mãos de Lula durante o vídeo. Em determinados momentos, quando os frames são congelados, é possível contar 10 dedos, embora seja amplamente conhecido que o presidente perdeu um dedo mindinho em um acidente na juventude. Além disso, o ritmo e a postura do presidente, considerados por analistas como incomuns para alguém que passou por três cirurgias sob anestesia em um curto período, também foram destacados.
As imagens, divulgadas na tarde desta sexta-feira (13), rapidamente geraram discussão nas redes sociais. Alegações de manipulação dividiram opiniões entre apoiadores e críticos do presidente. Além do debate político, o episódio refletiu nos mercados financeiros, com alta do dólar e queda na bolsa de valores, segundo analistas consultados.
A presença de cortes evidentes na edição do vídeo também contribuiu para a intensificação das suspeitas. Especialistas recomendam a análise forense detalhada do material para verificar a autenticidade das imagens.
POSICIONAMENTO OFICIAL
Até o momento, nem a Agência Brasil nem a Presidência da República emitiram respostas detalhadas sobre as suspeitas de manipulação. O fotógrafo Ricardo Stuckert também não se manifestou.
Especialistas em tecnologia e análise de imagens ressaltam que, em casos de grande repercussão como este, é fundamental que a sociedade receba esclarecimentos com base em provas técnicas concretas, evitando a propagação de desinformação.