Por William Saliba
A polícia de São Paulo anunciou a prisão de dois indivíduos envolvidos em incêndios criminosos no interior do estado. Um deles foi capturado em São José do Rio Preto, enquanto o outro foi preso em Batatais após uma denúncia anônima, o qual confessou atuar sob ordens do PCC. Esse caso se insere em um cenário alarmante de incêndios que afetam diferentes regiões do Brasil.
Em Goiás, um suspeito, detido pela Polícia Civil declarou ter recebido cerca de R$ 300 para incendiar uma propriedade em Bom Jardim de Goiás. As chamas destruíram aproximadamente 700 hectares de terra.
Um incêndio em Minas Gerais, na Serra da Moeda, é outro exemplo preocupante da gravidade da situação.
A magnitude e a frequência desses eventos não podem ser ignoradas.
No último domingo, o Governo Federal expressou preocupação, indicando que há indícios de que “os incêndios não são causados por fatores naturais, mas sim por ação humana ilegal”. Esta observação ressalta a seriedade do problema e a necessidade urgente de investigação.
A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) revelou que, neste ano, foram identificados mais de 2.100 focos de incêndio, que resultaram na queima de cerca de 59 mil hectares de cana-de-açúcar e áreas de rebrota, gerando um prejuízo estimado em R$ 350 milhões. Esses números sublinham não apenas o impacto econômico devastador, mas também o grave dano ambiental.
A Amazônia e o Pantanal sofrem os maiores incêndios já registrados nas últimas décadas, com graves danos à fauna e a flora. E o Ministério do Meio Ambiente admitiu que não estava estruturado para contê-los.
A impressão de que essas ocorrências são parte de uma ação orquestrada, que ganha força quando observamos a escala e a repetitividade dos eventos.
É imperativo que as autoridades intensifiquem as investigações para desarticular qualquer tentativa de sabotagem organizada e garantir que os responsáveis sejam devidamente punidos. A sociedade, por sua vez, deve manter-se vigilante e engajada na proteção de nossos recursos naturais.
A crise atual nos força a refletir sobre a necessidade de uma resposta mais robusta e coordenada por parte do Governo Federal para enfrentar os incêndios criminosos e preservar o meio ambiente. O controle rigoroso das causas desses incêndios e a promoção de uma maior conscientização sobre a importância da preservação ambiental são passos essenciais para reverter esse cenário alarmante.
A velha frase atribuída ao Barão de Itararé nunca fez tanto sentido: “Há mais alguma coisa no ar, além de aviões de carreira”.
Há sim: muita… muita fumaça; e muita coisa a ser apurada.