Lula, o lenço palestino e a sua polêmica

As grandes colônias de árabes e judeus que sempre conviveram pacificamente em solo brasileiro

Por William Saliba

A recente foto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva usando o lenço keffiyeh palestino com uma inscrição associada ao Hamas reacendeu uma controvérsia significativa nas redes sociais e no cenário diplomático. Publicada pelo Comitê Catarinense Khader Mahmud Ahmad Othman, a imagem revela um lenço com a frase “Jerusalém é nossa. Nós estamos chegando”, que é utilizada por grupos extremistas para promover a destruição do Estado de Israel.



O keffiyeh, um lenço tradicional árabe com profundas raízes históricas, ganhou notoriedade global como símbolo de resistência política. No entanto, a versão exibida por Lula tem uma conotação controversa. A inscrição, que remete a uma mensagem agressiva contra Israel, foi amplamente associada ao discurso do Hamas, grupo reconhecido como terrorista por diversos países e organizações internacionais.

A ausência de um pronunciamento oficial do Palácio do Planalto sobre o assunto deixa espaço para especulações e críticas. André Lajst, cientista político e CEO da ONG Stand With Us Brasil, chamou a atenção para o potencial racismo e discurso de ódio que a frase pode representar. Segundo ele, o uso do lenço pode ser interpretado como uma manifestação de hostilidade contra o povo judeu e uma negação da legitimidade de Israel.

O presidente Lula tem demonstrado uma postura crítica em relação a Israel desde o início de seu mandato, o que culminou em uma crise diplomática notável. Comparações entre as ações israelenses e o Holocausto e acusações de genocídio contra os palestinos contribuíram para o isolamento do Brasil em relação à comunidade internacional, particularmente em relação ao Estado de Israel.

O apoio explícito de Lula a iniciativas palestinas e as críticas ao governo israelense ressoam com o posicionamento do Hamas, o que leva à especulação sobre se a manifestação do presidente é uma escolha consciente ou uma falha de assessoria. A questão central é até que ponto a retórica e a simbologia podem afetar a posição diplomática de um país e as relações com aliados históricos.

O incidente envolvendo o keffiyeh palestino é mais do que uma simples questão de moda ou simbolismo; é um reflexo das complexidades e desafios da diplomacia internacional contemporânea. A postura do Brasil sob o governo de Lula demonstra uma clara inclinação em favor da causa palestina, mas essa postura tem implicações significativas para a posição do país no cenário global.

Para avançar, é imperativo que o Brasil reavalie suas estratégias diplomáticas, garantindo que suas ações e simbolismos estejam alinhados com os princípios de respeito mútuo e eficácia nas relações internacionais.

Com esse procedimento Lula nega a tradição internacional brasileira de neutralidade e reafirma a postura do Brasil como um “anão diplomático” do mundo contemporâneo.

Afinal, as grandes colônias de árabes e judeus sempre conviveram pacificamente em solo brasileiro.

– Alsalam ealaykum! (Tradução do árabe: A paz esteja com vocês)

– Shalom! (Tradução do hebraico: Paz e harmonia)

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