A Expedição do Rio Piracicaba celebra o seu quinto aniversário desde a primeira jornada realizada em 2019. Organizada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba (CBH Piracicaba), a iniciativa tem como objetivo principal monitorar e avaliar a qualidade das águas do rio Piracicaba e a situação geral do meio ambiente físico, socioeconômico e cultural da bacia.
Além de suas funções técnicas, a expedição busca interagir e ouvir diversos segmentos sociais, abordando problemas e propondo soluções para os desafios da conservação do Rio Piracicaba. Esta atividade é crucial para entender melhor a dinâmica do rio, refletir sobre a importância da preservação dos recursos hídricos e identificar possíveis fontes de poluição que possam comprometer sua saúde ecológica e, consequentemente, a qualidade de vida das comunidades que dependem dele.
Nestes cinco anos, a expedição tem se consolidado como uma ferramenta essencial para a conscientização ambiental, promovendo um diálogo aberto entre especialistas, autoridades e a população local. Através de estudos, análises e ações concretas, o projeto visa garantir a sustentabilidade e a preservação do Rio Piracicaba para as gerações futuras.
Durante a primeira Expedição do Piracicaba, que durou 11 dias, do dia 26 de maio, até 5 de junho de 2019, foram realizadas várias atividades, como coletas de amostras de água para análise, identificação de fontes de poluição e ações de limpeza em áreas degradadas.
A expedição também serviu como um fórum para discutir políticas públicas e iniciativas de conservação que poderiam ser implementadas para proteger o rio e sua bacia hidrográfica, integrando e aproximando a sociedade civil, comitê de bacia e pesquisadores do hidroterritórios.
Geraldo Magela, conselheiro do CBH Piracicaba, retrata a Expedição Piracicaba como uma experiência exitosa do comitê. “A experiência da Expedição Piracicaba é uma ferramenta e instrumento multidisciplinar, para estar mobilizando, educando, integrando e detectando potencialidades sustentáveis e econômicas da Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba. A gente defende que todo rio tem que ter sua expedição de monitoramento hídrico. A partir do anúncio de uma Expedição em um determinado hidro território, a população já começa a respirar o tema. Diversas atividades acontecem de forma espontânea, o que produz muito mais efetividade”, ressaltou Magela.
No contexto atual do excesso de informações e em que, por exemplo, assuntos banais geram mais engajamento do que pautas ambientais, atrair a atenção para as ações de um Comitê de Bacia Hidrográfica é um desafio. Nesse sentido, Geraldo Magela demonstra a efetividade da Expedição Piracicaba. “A resposta para o desafio de conseguir atenção midiática são as Expedições Hidrográficas. As Expedições mexem com o imaginário coletivo, atraem a atenção da mídia e do público. Seleciona, leva e busca informação, fala e escuta, dá voz à população, mobiliza, integra, educa, aproxima os comitês da população, identifica potencialidades econômicas sustentáveis e promove o melhor monitoramento hídrico que uma bacia hidrográfica poderia ter, já que acontece com a participação das populações. E o melhor, gera mídia espontânea para o comitê”, ressaltou o conselheiro.
Sendo assim, Jorge Martins, presidente do CBH Piracicaba destacou que “a expedição é um marco que a gente tem, uma atividade de grande mobilização, que permite uma maior visibilidade do Comitê, e isso chama a atenção dos demais Comitês, no sentido de cada um produzir projetos semelhantes,” disse.
EM 2025 A EXPEDIÇÃO DO PIRACICABA CONTINUA
A Expedição do Rio Piracicaba é, portanto, um exemplo de como a união entre ciência, educação e comunidade pode gerar resultados positivos para o meio ambiente e para a sociedade como um todo. Diante dos bons resultados alcançados, Geraldo Magela confirma que em 2025 a Expedição vai continuar. “Ano que vem teremos expedição Piracicaba novamente. Se quem tem fome tem pressa, quem tem sede tem mais pressa ainda. E os rios estão com muita sede. Então a gente precisa acelerar esse trabalho, esse tipo de ação.
Para estabelecer a reconexão das pessoas com o rio o mais rápido possível. Assim, as pessoas passam a contribuir pela recuperação e conservação da bacia. Precisamos reverter a degradação que os cursos d’água enfrentam”, afirmou Magela.
A expectativa é que a expedição continue a contribuir para a melhoria da qualidade da água, através da identificação e mitigação das fontes de poluição. Maior consciência e educação ambiental, encorajando atitudes mais sustentáveis por parte da população e das indústrias locais. Políticas públicas eficazes, subsidiando a criação e implementação de políticas públicas voltadas para a proteção e recuperação do rio Piracicaba e seus afluentes na Bacia do Piracicaba.
Tudo isso com o propósito de ampliar o engajamento comunitário, envolvendo a comunidade, stakeholders locais, incluindo governos, ONG’s, escolas e empresas, para que trabalhem juntos na busca de soluções para os problemas apresentados. Além de influenciar outros comitês a iniciarem expedições para monitoramento, diagnóstico, conservação e proteção das Bacias Hidrográficas.