A fumaça das queimadas na Amazônia e no Pantanal se espalhou pelo Brasil, atingindo pelo menos dez estados. O fenômeno é visível por imagens de satélite, formando um corredor de fumaça que vai de Manaus a Porto Alegre. A situação é agravada pela onda de calor e baixa umidade do ar, criando condições ideais para a propagação dos incêndios.
De acordo com a Veja, os focos de queimadas aumentaram significativamente em agosto. Na Amazônia, houve um crescimento de 180% nos primeiros dez dias do mês, totalizando quase 3 mil focos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). No Pantanal, os incêndios voltaram com força, atingindo áreas até então preservadas, como o Refúgio Caiaman, onde três onças-pintadas foram encontradas carbonizadas.
A qualidade do ar piorou consideravelmente nas regiões afetadas. Em São Paulo, a umidade relativa do ar chegou a apenas 12%, o nível mais baixo desde 2021. A Defesa Civil da capital declarou estado de alerta. Os paulistanos puderam observar uma névoa densa e um pôr do sol mais avermelhado que o normal, efeitos da poluição causada pela fumaça.
O cenário se repete em todo o Sudeste e Sul do país. A combinação de clima seco, típico do inverno, com umidade abaixo de 20% cria condições propícias para a rápida propagação dos incêndios. A situação tende a se agravar com a aproximação de uma onda de calor, que pode gerar recordes de temperatura e aumentar o risco de novos focos de queimadas.
As consequências das queimadas vão além da poluição do ar. No Pantanal, áreas de grande biodiversidade estão sendo devastadas, colocando em risco espécies ameaçadas como a onça-pintada. Na Amazônia, o aumento dos incêndios ameaça o equilíbrio ecológico da maior floresta tropical do mundo.
Autoridades ambientais e meteorológicas alertam para a necessidade de medidas urgentes para conter o avanço das queimadas e mitigar seus impactos. A população é orientada a tomar precauções, como evitar atividades ao ar livre e aumentar a ingestão de líquidos, especialmente em regiões com baixa umidade do ar.
A crise atual ressalta a importância de políticas efetivas de preservação ambiental e combate ao desmatamento ilegal, principais causas das queimadas em biomas como a Amazônia e o Pantanal. A situação também evidencia os efeitos das mudanças climáticas, que tendem a intensificar eventos extremos como ondas de calor e períodos de seca prolongada.