Por Edmundo Fraga (*)
Ao final de 2024, Minas Gerais e o Brasil ganham um presente especial: o modo de fazer o Queijo Minas Artesanal foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Este marco projeta a identidade cultural mineira para o mundo e celebra a riqueza da tradição local. Vale destacar que este é o primeiro produto brasileiro incluído na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, um feito histórico.
Esse reconhecimento internacional soma-se ao Certificado de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2008, fortalecendo ainda mais a relevância cultural e econômica do Queijo Minas. Agora, o produto mineiro conquista espaços nunca imaginados no cenário global.
Além de ser o mais consumido pelos brasileiros, o Queijo Minas é rico em nutrientes como cálcio e vitaminas A, B e D, sendo também uma opção com menos calorias e menor teor de gordura em comparação a outros tipos de queijo. É um alimento que une sabor, saúde e história.
UMA JORNADA CENTENÁRIA
A história do Queijo Minas remonta ao final do século XVII, quando a descoberta do ouro na Capitania de Minas Gerais atraiu uma onda de portugueses em busca de riquezas. Para enfrentar as longas jornadas e garantir alimentos duráveis, os viajantes adaptaram uma receita portuguesa de queijo coalhado feito com leite fresco. O resultado foi tão bem-sucedido que o Queijo Minas logo se espalhou pelo país, consolidando Minas Gerais como o maior centro produtor de queijo no Brasil.
UM EXEMPLO DE SUCESSO LOCAL
Entre os muitos produtores que mantêm viva essa tradição está o casal Jamil e Irinéia Delfino, da zona rural de Ipatinga, no Vale do Aço. Proprietários do Sítio Empório da Serra, eles conquistaram a medalha de prata no Mundial do Queijo do Brasil em 2019, realizado em Araxá, um dos maiores eventos do setor. Esse reconhecimento evidencia a qualidade e a dedicação dos pequenos produtores, que são pilares fundamentais na preservação da identidade cultural do Queijo Minas Artesanal.
Como diz o popular ditado mineiro:
“Melhor que um Queijo de Minas, só dois queijos!”