Por Edmundo Fraga (*)
Há 2.000 anos, desde o período dos pensadores gregos, as conclusões científicas consideradas definitivas frequentemente passaram por mudanças. A cada nova descoberta ou fenômeno inesperado, ideias antes adotadas eram desafiadas e contraditas.
Há cerca de 120 anos, uma dessas grandes mudanças revelou um território novo e excitante: a física quântica. Essa área descreve fenômenos estranhos que ocorrem na Terra ou no espaço, em termos de energia, medições científicas e a realidade dos objetos à nossa volta. Curiosamente, nem mesmo os melhores físicos do mundo sabem exatamente o que esses conceitos significam. Como o físico Niels Bohr afirmou: “Quem não ficar chocado com a teoria quântica não a entendeu.”
Portanto, nós, simples mortais, temos menos chances de compreendê-la plenamente. Para nosso consolo, os cientistas que originalmente desenvolveram essas teorias também ficaram perplexos.
Com o passar do tempo, os físicos descobriram que elétrons podem saltar entre órbitas próximas e distantes do núcleo atômico. Um elétron pode estar próximo ao núcleo, absorver energia de um fóton de luz e, no momento seguinte, aparecer numa órbita mais distante. Esse fenômeno é chamado de salto quântico: o elétron “desaparece” de uma órbita e “ressurge” em outra, movendo-se tão rápido que nossos dispositivos não conseguem rastreá-lo.
O físico alemão Werner Heisenberg explicou que existem certos estados quânticos nos quais, se soubermos a velocidade exata de um elétron, perderemos qualquer conhecimento sobre sua localização. O inverso também é verdadeiro: se soubermos exatamente onde o elétron está, não conseguiremos determinar sua velocidade. Entretanto, se tivermos uma ideia aproximada de sua velocidade, poderemos saber aproximadamente sua localização.
Esta semana, o Google apresentou o primeiro chip de computação quântica capaz de comprovar a existência do multiverso. O novo chip, denominado Willow, é tão rápido que provavelmente capta poder computacional de outros universos. Em outras palavras, pode evidenciar a existência de universos paralelos ao nosso.
De maneira impressionante, o Willow executou um cálculo em menos de cinco minutos, algo que levaria 10.000.000.000.000.000.000.000.000 de anos em um supercomputador convencional. Esse feito transcende escalas de tempo conhecidas na física e supera em muito a idade do Universo. Isso reforça a ideia de que a computação quântica pode ocorrer em múltiplos universos simultaneamente, alinhando-se à teoria do multiverso.
Segundo especialistas, no futuro, a tecnologia quântica será indispensável para descobrir medicamentos, projetar baterias mais eficientes, acelerar o desenvolvimento nuclear e criar novas alternativas de energia.
Quem viver verá!