O ex-presidente Donald Trump, disse a apoiadores, em um comício no domingo (14), véspera da largada da disputa pela indicação do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos, que “Mesmo que você esteja doente como um cachorro, você diz: Querida, eu preciso fazer isso. Mesmo que você vote e depois morra, vale a pena. Lembre-se disso”. E eles ouviram.
Na primeira votação enfrentada pelo ex-presidente, nesta segunda (15), sua vitória foi acachapante: o empresário venceu em 98 dos 99 condados de Iowa, ampliou substancialmente seu apoio entre evangélicos, e viu suas margens subirem mesmo em estratos mais resistentes a ele, como eleitores mais escolarizados, urbanos e de maior renda.
O resultado geral foi um êxito inédito no Estado, de 51% 30 pontos à frente do segundo colocado, outro recorde, e praticamente o dobro do que o ex-presidente havia conquistado no caucus de Iowa em 2016 (24%).
Os números de Iowa, no entanto, mostram pouco espaço para crescimento de qualquer alternativa a Trump. A principal brecha foi o percentual de 31% de republicanos que afirmaram não considerar o empresário apto para ser presidente se ele for condenado pela Justiça.
Uma análise feita pelo New York Times mostra que Trump alcançou, em média, 60% de apoio em regiões mais pobres uma vantagem de 43 pontos percentuais para o segundo colocado. Já em áreas mais ricas, sua votação média cai para 37%, reduzindo sua margem de vitória para 8,1 pontos percentuais. Não obstante, ele segue em primeiro lugar.
Contraste semelhante ocorre na comparação entre áreas com mais e menos habitantes com diploma de ensino superior. No primeiro caso, a votação média em Trump é de 37%, o que o coloca 7,4 pontos à frente do segundo lugar.
O ex-presidente também deveu sua vitória em Iowa para o eleitorado evangélico perfil com sobreposições ao de menor renda e menos escolarizado.
Análises com base no perfil do distrito em que o caucus (uma reunião com hora marcada em que os participantes escrevem seu voto em um pedaço de papel após ouvir defensores de cada candidato) foi realizado mostram que, naqueles com maior percentual de evangélicos, a votação de Trump passou de 23% em 2016 para 58% em 2024.
Biden, o provável candidato à reeleição pelo Partido Democrata, afirmou que Trump é o favorito para disputar a Casa Branca após a vitória expressiva no caucus. Ao acrescentar que a corrida eleitoral se dará contra extremistas, o presidente pediu mais recursos para sua campanha.
“Parece que Donald Trump acabou de ganhar em Iowa. Ele é o claro favorito do outro lado neste momento”, escreveu Biden nas redes sociais nesta terça (16), em mensagem acompanhada de um link para doações. “Sempre soubemos que esta eleição seria eu e você [eleitor] contra os republicanos extremistas do Maga [sigla para Make America Great Again, slogan do ex-presidente]. Então, se você está conosco, contribua agora”, afirmou.