O Exército israelense realizou um ataque em Beirute nesta terça-feira (30), visando um comandante do Hezbollah, em resposta ao bombardeio que matou 12 crianças em Majdal Shams, nas Colinas de Golã. Duas pessoas morreram no ataque, segundo o movimento xiita. Este episódio é parte de uma série de confrontos que aumentam a tensão entre Israel e o Hezbollah.
O bombardeio israelense ocorre um dia após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometer uma resposta “dura” ao ataque de sábado. Uma fonte do governo israelense confirmou ao jornal Haaretz que a ação militar faz parte da retaliação prometida. O Hezbollah, no entanto, nega envolvimento no ataque que vitimou as crianças. Minutos após a ofensiva, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, declarou que o Hezbollah “cruzou a linha vermelha”.
De acordo com um comunicado das Forças de Defesa de Israel (IDF), o ataque foi “direcionado” contra o comandante Fuad Shukr, também conhecido como Hajj Mohsin, considerado o segundo no comando do Hezbollah. Segundo a agência de notícias estatal libanesa NNA, o ataque foi conduzido por um drone que disparou três mísseis. Fontes de segurança informaram à Reuters que Shukr sobreviveu ao ataque.
O incidente ocorre em um momento de crescente violência na região. Netanyahu, que visitou o local do ataque em Majdal Shams na segunda-feira, reiterou a promessa de uma resposta severa. A ação retaliatória foi aprovada pelo Gabinete de Segurança de Israel no domingo, e a comunidade internacional tem se mostrado apreensiva com a possibilidade de uma escalada do conflito.
O Departamento de Estado dos EUA, através do porta-voz Vedant Patel, afirmou que continua a buscar uma resolução diplomática para permitir que civis israelenses e libaneses possam retornar às suas casas em segurança. A ONU também está envolvida em esforços de mediação. O porta-voz do secretário-geral António Guterres, Stéphane Dujarric, informou que os chefes das forças de paz no Líbano e a coordenadora especial da ONU estão em conversações com ambos os lados para evitar uma escalada.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, o Hezbollah, apoiado pelo Irã, tem trocado tiros com Israel quase diariamente. O movimento libanês afirma atuar em solidariedade ao Hamas. Até sábado, cerca de 20 pessoas em Israel foram mortas por ataques do Hezbollah, a maioria soldados. Em contrapartida, mais de 300 pessoas morreram no Líbano devido a ataques israelenses, a maioria membros do Hezbollah. A violência forçou cerca de 80 mil pessoas a deixarem suas casas no norte de Israel e no sul do Líbano.