Por Walter Biancardine (*)
Ainda sob o furor da posse do presidente Trump nos Estados Unidos não julgo, entretanto, ser prematuro tratar de alguns pequenos e sutis detalhes que me vieram à cabeça, ao assistir seu discurso inaugural e relembrar tempos idos.
À parte o óbvio – sua promessa de fazer novamente os EUA um país respeitado e próspero – ousei traçar uma linha que, aos meus olhos, definiu claramente o fato de que, quando os americanos estão bem, o resto do mundo também está.
Vamos diretamente ao mais conhecido e evidente sinal desta suposição, que foi o vertiginoso progresso social, cultural e econômico daquele país pós II Grande Guerra, conflito no qual – literalmente – salvaram o mundo livre.
Embora o conceito de “classe média” não seja criação yankee, somente naquelas terras e naquele momento ela teve sua verdadeira ascensão e significado de valores, costumes e um padrão de vida jamais igualado por outros países. Evidentemente as nações europeias não buscaram simplesmente imitar padrões mas, graças à sua indústria, comércio e aos auxílios financeiros prestados pelo grande vencedor da conflagração mundial, foi obtida a elevação do padrão de vida europeu a níveis inimagináveis, quando do início do século XX.
Cabe lembrar que estes bons tempos não se limitavam ao aspecto financeiro: os EUA haviam se tornado, literalmente, o “xerife” do mundo e representavam a garantia dos valores tradicionais da sociedade, divulgados e reforçados por sua poderosa indústria cinematográfica, ainda não corrompida à época.
Saltemos agora para os anos de Ronald Reagan, na Presidência: mal saídos de um traumático Vietnã, onde a grande mídia e o cinema declararam os EUA perdedor embora o mesmo tenha realmente ganho a questão, a América do Norte – e por “coincidência” o mundo – atravessavam uma fase de recessão econômica, vazio em termos de valores, desindustrialização, além de clara exaustão moral e espiritual.
Não apenas o caubói topetudo restaurou, ao seu povo, o orgulho de ser americano como também – com seu “Mr. Gorbachev, tear down this wall!”, dirigido ao líder soviético – consolidou a preponderância norte americana no mundo, restaurou a economia global (não à toa os conhecidos “Youppies” atingiram seu auge no mercado financeiro) e, associado ao Papa mais carismático do século – João Paulo II – sedimentou o sentimento cristão em todo o ocidente, seguido de perto pela fantástica primeiro-ministro britânica, Margaret Thatcher.
Tal legado de prosperidade, segurança de valores e espiritual, entretanto, não resistiria à sucessão de desastres morais na Presidência da maior nação do mundo – bom dizer que tal fato foi de exclusiva responsabilidade da grande mídia e da cultura de massa, que adotaram descaradamente as táticas gramscistas – tais como os dois Bush, Bill Clinton, Barack Obama (o qual sequer provou ser norte americano) e, por último, o senil Joe Biden.
Para piorar, o Papa Bento XVI foi alvo de verdadeiro golpe de Estado – promovido pelos Clinton e Obama – que o depuseram por conta de seus valores conservadores, e lá entronizaram um ativista político, adepto da Teologia da Libertação e que gasta seu pontificado mais preocupado com quem ocupa o poder nas nações do mundo que com seu rebanho de fiéis, também conhecido como Bergoglio – o que foi sem jamais ter sido.
Não à toa o mundo atingiu o nível abissal de decadência, promiscuidade e verdadeira loucura coletiva que vivemos hoje – uma catástrofe civilizacional ainda não estudada por nenhum intelectual e cujas sequelas, presentes nas gerações mais jovens, ainda manterá o mundo instável por muitas décadas.
Por obra e graça de Deus, entretanto, surgiu Donald Trump – ungido, divulgado e impulsionado pela mesma diabólica ferramenta digital que enterrou a psique humana nos últimos tempos. Sim, ele, Bolsonaro e Javier Milei usaram o maléfico limão, que nos foi oferecido, para transformarem-no em salvadora limonada, que salvará a civilização terrestre.
Sendo vencedor em seus propósitos e objetivos, é justo esperar que os Estados Unidos da América emerjam novamente à ribalta da geopolítica que tentamos decifrar. E, caso isso aconteça, podemos ter a certeza que tal prosperidade, vigor e ressurreição moral se espalhará pelo mundo, beneficiando até mesmo nações que tem, por hábito, queixarem-se dos USA.
Resta-nos rezar por Trump e aguardar as novidades que, certamente, virão.