A indústria siderúrgica brasileira enfrenta um momento crítico após o governo americano impor tarifa de 25% sobre as importações de aço, afetando diretamente mais da metade das exportações do setor. A medida, que entrou em vigor à 0h desta quarta-feira (12), substitui o anterior regime de cotas que vigorava há seis anos.
O Instituto Aço Brasil, por meio de seu presidente Marco Polo de Melo Lopes, mantém esperança nas negociações diplomáticas entre os dois países. Em reunião com o ministro Fernando Haddad, Lopes destacou que o rompimento do acordo anterior não beneficia nenhuma das partes envolvidas.
O mercado americano já apresenta reflexos da medida, com aumento de mais de 30% nos preços da bobina a quente desde o início do ano. A Nucor Corporation, terceira maior siderúrgica americana, implementou diversos aumentos, elevando o preço da tonelada curta de US$ 790 para US$ 915.
Especialistas indicam que os Estados Unidos continuarão dependendo das importações brasileiras, pois não é possível substituir rapidamente o volume importado por produção local. No entanto, as novas bases de preços com a tarifa representam o principal desafio para o setor.
O caminho mais prudente, segundo especialistas em comércio internacional, é manter as negociações diplomáticas através do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), evitando retaliações imediatas que poderiam prejudicar ainda mais o setor.