Por Alice Costa (*)
No último dia (29), quarta-feira, o Banco Central decidiu aumentar a taxa Selic em 1 ponto percentual, levando-a a 13,25% ao ano. Este movimento marca a quarta elevação consecutiva da taxa básica de juros e a primeira sob a liderança do novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Esta decisão unânime reflete a preocupação com a persistência da inflação, que registrou um aumento de 4,5% no acumulado de 12 meses até meados de janeiro, acima da meta de 3% estabelecida pelo Banco Central.
Mas o que levou a essa decisão? O Banco Central usa a Selic como uma ferramenta para controlar a inflação, que está acima da meta. Com a economia aquecida e os preços subindo, a ideia é tornar o crédito mais caro para desestimular o consumo e, assim, segurar a inflação. O problema é que isso também pode desacelerar o crescimento econômico, afetando o mercado de trabalho e os negócios.
Essa mudança pode parecer apenas um número técnico do mercado financeiro, mas na prática tem impacto direto na vida de todos nós. Afinal, a Selic influencia desde os juros do seu cartão de crédito até a rentabilidade dos seus investimentos. Quando a taxa sobe, o custo do dinheiro aumenta, tornando financiamentos, empréstimos e parcelamentos mais caros. Isso significa que, se você pretende comprar um carro, uma casa ou até mesmo recorrer ao crédito para alguma emergência, pode acabar pagando bem mais do que há alguns meses. Por outro lado, quem tem dinheiro investido em renda fixa, como Tesouro Selic, CDBs e fundos de renda fixa, tende a se beneficiar, já que esses produtos costumam oferecer rendimentos atrelados à taxa de juros. Ou seja, enquanto quem precisa de crédito sente mais no bolso, os investidores conservadores podem ver ganhos melhores.
Nos próximos 45 dias, a Selic permanecerá nesse patamar, mas há indícios de que o Banco Central pode fazer novos ajustes caso a inflação continue elevada. O Copom indicou a possibilidade de um novo aumento de 1 ponto percentual na próxima reunião, prevista para março, caso as pressões inflacionárias persistam.Para quem precisa tomar crédito ou quer aproveitar oportunidades de investimento, acompanhar esses movimentos é essencial.
Seja qual for sua situação, o segredo é planejamento. Em tempos de juros altos, cuidar das finanças pessoais e evitar decisões impulsivas pode fazer toda a diferença no seu bolso. Afinal, o que acontece com a Selic impacta desde os preços no mercado até os seus sonhos de longo prazo.