O Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu realizar sua eleição interna com cédulas de papel no dia 6 de julho, após tentativa frustrada de obter urnas eletrônicas em todos os estados brasileiros. A decisão foi tomada pela Executiva nacional do partido nessa quarta-feira (21), após constatar que apenas 16 estados autorizaram o empréstimo dos equipamentos eleitorais.
A impossibilidade de usar as urnas eletrônicas em todo território nacional levou o partido a optar por um modelo unificado de votação em papel. O processo eleitoral interno visa escolher o novo presidente da legenda e conta com aproximadamente 3 milhões de filiados aptos a votar, segundo dados do próprio partido.
Após reunião com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, em março, o partido descobriu que a decisão sobre o empréstimo das urnas caberia a cada Tribunal Regional Eleitoral. Quatro estados negaram imediatamente o pedido – Alagoas, Espírito Santo, Minas Gerais e Pernambuco – enquanto outros sete ainda estavam em processo de negociação.
O secretário-geral nacional do PT, Henrique Fontana, confirmou que as cédulas serão produzidas pelo próprio partido e a contagem será manual. O pleito marca o retorno do partido ao formato de eleições diretas após 12 anos, com primeiro turno previsto para 6 de julho e eventual segundo turno para o dia 20 do mesmo mês.
Entre os candidatos à presidência do partido, destaca-se Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, que conta com o apoio do presidente Lula. Outros quatro nomes disputam o cargo: o deputado federal Rui Falcão, o secretário Romênio Pereira, o dirigente Valter Pomar e Dani Nunes, suplente de vereadora no Rio de Janeiro.
As eleições anteriores, realizadas em 2017 e 2019, foram conduzidas de forma híbrida e resultaram na eleição e reeleição da atual ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que também contou com o apoio do presidente Lula em suas campanhas.