O Papa Francisco, líder da Igreja Católica desde 2013, faleceu na manhã desta segunda-feira (21), aos 88 anos, na Casa Santa Marta, onde residia desde o início de seu pontificado. A informação foi confirmada pelo cardeal Kevin Farrell, Camerlengo da Santa Sé, em anúncio solene realizado diretamente da capela da residência papal.
“Com profunda tristeza, devo anunciar a morte de nosso Santo Padre Francisco. Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma retornou à casa do Pai”, declarou Farrell em tom emocionado, destacando o compromisso de Francisco com os mais pobres e marginalizados, e sua fidelidade aos valores evangélicos.
Nesse domingo (20), o Papa fez sua última aparição pública ao conceder a tradicional bênção Urbi et Orbi, da sacada da Basílica de São Pedro, diante de milhares de fiéis reunidos na Praça. Na ocasião, dirigiu palavras de esperança e pediu o fim das guerras e da corrida armamentista no mundo, encerrando seu ministério com uma forte mensagem de reconciliação global.
A saúde de Francisco vinha inspirando cuidados há meses. Desde o início do ano, o pontífice enfrentava episódios de bronquite e uma pneumonia bilateral, que exigiram internação no Hospital Gemelli, em Roma. Apesar de algum progresso no tratamento, seu estado clínico se agravou nas últimas semanas.
UM PAPADO MARCADO PELA SIMPLICIDADE E REFORMA
Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 17 de dezembro de 1936. Filho de imigrantes italianos, tornou-se o primeiro papa latino-americano e também o primeiro jesuíta a assumir o trono de Pedro. Sua eleição em 2013, após a renúncia de Bento XVI, representou um momento de transição na Igreja.
Durante seus 12 anos de pontificado, Francisco promoveu reformas significativas na Cúria Romana, buscou maior transparência nas finanças do Vaticano e abriu espaço para debates sobre temas sociais delicados. Defensor da justiça social, dos direitos dos migrantes e da preservação do meio ambiente, também foi um pontífice atento às periferias humanas e geográficas, como costumava dizer.
Francisco ficou conhecido por seu estilo simples e acessível. Rejeitou os aposentos papais tradicionais e optou por viver na Casa Santa Marta, alojamento modesto dentro do Vaticano. Evitava formalidades e cultivava uma relação próxima com o povo, muitas vezes rompendo o protocolo em encontros públicos.
VELÓRIO E FUNERAL
O corpo do Papa será velado na Basílica de São Pedro, onde fiéis do mundo todo poderão prestar suas últimas homenagens. O funeral será realizado nos próximos dias, e, segundo fontes do Vaticano, o sepultamento ocorrerá na Basílica de Santa Maria Maior, local escolhido por ele em vida, em sinal de humildade.
Com a morte do Papa Francisco, tem início oficialmente o período conhecido como Sé Vacante, quando a Igreja Católica fica sem pontífice. O conclave para a escolha do novo Papa deverá ser convocado entre 15 e 20 dias após o falecimento, conforme estabelecem as normas da Santa Sé.
UM LEGADO DE COMPAIXÃO
A morte de Francisco ocorre às vésperas do Jubileu das Confrarias, evento programado para maio, que reunirá milhares de fiéis em Roma. Apesar do luto, a Santa Sé confirmou a manutenção da celebração, que contará com procissões e momentos de oração em memória do Papa.
Francisco deixa um legado de diálogo, simplicidade e compromisso com os valores evangélicos. Seu papado será lembrado como um dos mais humanos e reformistas da história recente da Igreja Católica.