(NEWSLETTER – William Saliba)
DESEMPENHO NEGATIVO
A indústria siderúrgica registrou desempenho negativo no primeiro semestre deste ano, devido aos impactos provocados pela pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo. A informação é do presidente executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Melo Lopes, em entrevista concedida à imprensa brasileira na tarde desta segunda-feira (27). Ele destacou, no entanto, “que os números de junho em relação a maio já foram melhores, refletindo o começo da trajetória de recuperação do setor”.
RETROCESSO
A siderurgia brasileira se encontra no patamar de produção de 15 anos atrás. Do total de 32 altos fornos existentes no Brasil, 13 continuam paralisados. Em função do reflexo da pandemia da Covid-19 na economia no momento, a indústria brasileira do aço também está com oito aciarias, três laminações e uma sinterização desativados.
MERCADOS
A produção brasileira de aço bruto caiu 17,9% no 1º semestre de 2020 na comparação com o mesmo período de 2019, enquanto as vendas internas sofreram queda de 10,5% de janeiro a junho, mesmo percentual de decréscimo do consumo aparente (-10,5%). As exportações diminuíram 8,1% e as importações, 17,0%. Entretanto, as vendas internas de aço em junho apresentaram aumento de 29,6% em comparação com o mês anterior, enquanto o consumo aparente subiu 29,4% e as exportações aumentaram 14,5%. A produção de aço em junho, entanto, caiu 5,0% em relação ao mês imediatamente anterior.
PERSPECTIVA
No mercado doméstico, a expectativa do setor é que os projetos de infraestrutura e a construção civil sejam os principais drivers de consumo de produtos siderúrgicos, com uma retomada mais lenta dos demais segmentos consumidores, como o automotivo.
ÍNDICE DE CONFIANÇA
O Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) de julho ultrapassou o patamar de 50 pontos, linha divisória entre a confiança e a falta de confiança. A volta da confiança do setor em julho se deveu, preponderantemente, aos indícios de recuperação no 2º semestre. O ICIA cresceu 15,9 pontos na comparação com o mês anterior e atingiu 62,8 pontos. Com esse resultado, o ICIA se aproxima do patamar pré-pandemia da Covid-19 (70,2 pontos em fevereiro).
RETOMADA GRADATIVA
Operando, atualmente, com apenas 48,5% da sua capacidade instalada, o setor tem expectativa de que a retomada do mercado interno ocorrerá de forma gradativa. O Instituto Aço Brasil considera que a exportação é a alternativa de curto prazo para reduzir a ociosidade das empresas do setor.
EXPECTATIVA
O maior incremento das exportações depende, no entanto, da recomposição do Reintegra, mecanismo pelo qual é feito o ressarcimento às empresas dos tributos presentes nas exportações que prejudicam a competitividade dos produtos brasileiros. O restabelecimento da alíquota do Reintegra no patamar de 3% possibilitará que a indústria de transformação recupere os níveis de produção anteriores ao início da pandemia e possa aumentar a oferta de empregos qualificados no país. Trata-se de medida de caráter transitório até que ocorra o fim da cumulatividade de impostos, preconizada na reforma tributária, ora em discussão no Congresso Nacional.
DRAGÃO CHINÊS
Indagado por este colunista sobre o quadro internacional pós-pandemia, com a polarização geopolítica entre a China e os Estados Unidos, o presidente do IABr ressaltou que “sob a ótica da indústria siderúrgica, o tabuleiro já está posto”. A China e a Coréia têm mais da metade da capacidade instalada mundial e, como os Estados Unidos, estão todos fechando os seus mercados para o aço importado. “As dificuldades todas já estão na mesa. O quadro por si só já é bastante conturbado” – assinala.
CADEIAS PRODUTIVAS
Marco Polo conclui ressaltando que “o panorama mundial, com o grave abalo na economia dos países ocasionado pela pandemia, fez com que seus governantes adotassem medidas ainda mais restritivas de defesa comercial para proteção de sua indústria e dos empregos”. A Covid-19 expôs também a grande dependência que a maior parte dos países tem de insumos e produtos fabricados, principalmente, na China. Esta situação de vulnerabilidade gera reflexão sobre a necessidade de fortalecer as cadeias produtivas nacionais, para redução da dependência de outros países, valorizando a pesquisa e a inovação tecnológica e priorizando a geração de empregos no País.
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FORÇA COLEGA!
Amigos e colegas estão na torcida pela recuperação do jornalista Ruisley Chaves, esposo da colunista Dôra Chaves. Ele foi internado no último final de semana, com grave quadro de infecção pulmonar. Em coma induzido e intubado, Ruisley foi ligeiramente despertado pelos médicos nesta segunda-feira (27) e reagiu bem. No entanto, deverá permanecer neste quadro de sedação até a próxima semana.
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TRISTE NOTÍCIA
Registramos com pesar o falecimento da esposa do engenheiro Osvaldo Cunha (o conhecido Osvaldão), Maria José. Ele, internado com Covid-19, não pode acompanhar o agravamento do quadro de saúde e muito menos se despedir de sua querida companheira. Osvaldão é muito popular e querido principalmente pelo seu constante apoio à diretoria do Clube Morro do Pilar, em Ipatinga.
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Ditos & Ditados
“Preocupe-se mais com seu caráter do que com sua reputação. Caráter é aquilo que você é, reputação é apenas o que os outros pensam que você é.” – John Wooden