Um grupo armado e ligado ao Movimento Sem Terra (MST) finge ser indígena da etnia Pataxós e invadem fazendas de Itamaraju, no sul da Bahia, a 750 km de Salvador. Nos últimos meses, foram mais de 40 fazendas produtivas invadidas pelo grupo. A base da economia local é a agricultura, com plantações de cacau, eucalipto, café e milho.
Um homem que se apresenta como cacique divulga a ação criminosa em vídeo ao colocar fogo em uma plantação de eucalipto: “Neste exato momento começo a botar fogo na área de eucalipto, porque prenderam um caminhão nosso, a madeirazinha da qual nós estamos tirando para pagar uma água, uma energia”.
Em resposta, o deputado federal Alden Silva (PL-BA) afirmou que vai pedir no Supremo Tribunal Federal o afastamento do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e do secretário de segurança por omissão: “Nenhum reforço policial foi mandado para as regiões conflagradas. Por isso, eu, juntamente com o deputado Marcos Pollon (PL-MS), iremos solicitar providências ao STF. É preciso apurar se houve omissão e crime de responsabilidade do governador Jerônimo e também de outras autoridades diante desses crimes contra a democracia” diz o deputado.
Agricultores da região relatam um clima de terror que têm vivido com as ações dos falsos indígenas e que foram avistados dez homens encapuzados, vestidos de preto e atirando. A produtora Rosylene Sena comenta a situação que viveu: “Chegaram uns homens muitos estranhos, se passando por índio (sic), falando que é índio (sic), a gente não sabe a espécie (sic). Eles falaram para a gente desocupar a propriedade porque eles iam se hospedar. Eu fiquei desnorteada. O meu marido tem diabetes e começou a passar mal. Eu chorei muito sem saber o que fazer. A minha filha pequena segurou em mim, ficou muito nervosa. E sai à noite, correndo”.
Mais de 50 famílias se revezam em um acampamento há 45 dias para impedir que o grupo de falsos indígenas entrem em suas propriedades.