Por William Saliba
A recente censura imposta pela suprema corte brasileira à plataforma X e à empresa Starlink despertou uma reação incisiva dos Estados Unidos. Brendan Carr, Comissário da FCC (a agência de telecomunicações dos EUA), criticou duramente a Anatel e o Ministro Alexandre de Moraes por suas decisões que, segundo ele, não só violam normas constitucionais como também ameaçam a estabilidade dos investimentos estrangeiros no Brasil.
Carr acusou a Anatel de agir de maneira “ilegal e partidária”, enfatizando que essas medidas contra empresas com vínculos nos EUA comprometem a confiança dos investidores estrangeiros. Para ele, essas ações não apenas desafiam a Constituição brasileira, mas também criam um ambiente instável e imprevisível para negócios internacionais. O Comissário destacou que, sob a liderança do Ministro Moraes, o Brasil não só impôs uma censura controversa, mas também penalizou a Starlink, uma empresa que, segundo ele, não cometeu infrações.
O ponto central do descontentamento americano é a alegação de que o Brasil está caminhando para se tornar um “mercado inviável de investimentos”. Carr argumenta que as recentes decisões reforçam uma percepção negativa sobre a estabilidade regulatória do país, que é fundamental para a confiança dos investidores estrangeiros. A crítica à censura imposta à plataforma X, por sua vez, levanta questões sobre o equilíbrio entre regulação e liberdade de expressão. Ele se dispõe vir ao Brasil conversar com a Anatel.
Essa situação coloca o Brasil em uma posição delicada, onde a pressão internacional pode influenciar decisões internas e afetar a percepção global sobre a sua abertura para negócios estrangeiros. A crítica da FCC pode ser vista como um alerta para os responsáveis pela política regulatória do país, que precisam considerar o impacto de suas ações não apenas sobre as empresas locais, mas também sobre o relacionamento com investidores internacionais.
Em meio a esse cenário, a solução passa por um equilíbrio cuidadoso entre a regulação necessária e a manutenção de um ambiente de negócios transparente e justo. As instituições oficiais brasileiras devem refletir sobre as críticas recebidas e ponderar se suas decisões estão de fato alinhadas com os princípios de democracia e mercado aberto, ou se estão afastando parceiros e investidores vitais.
Essa tensão entre o Brasil e os Estados Unidos não deve ser tratada apenas como um conflito de interesses, mas como uma oportunidade para reavaliar e potencialmente reformular a abordagem regulatória do país. As futuras ações do Brasil diante dessas críticas serão cruciais para determinar não apenas a estabilidade interna, mas também a posição do país no cenário internacional.
A Anatel entrou no radar americano. E pode pagar caro pela censura.