A Polícia Federal (PF) concluiu nesta quinta-feira (21) o inquérito sobre tentativa de golpe de Estado, indiciando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas. Entre os indiciados estão importantes nomes do alto escalão militar e político do país, incluindo os generais Augusto Heleno, Braga Netto e o ex-ministro Anderson Torres.
A investigação revelou uma complexa trama que incluía não apenas a tentativa de golpe de Estado, mas também planos para assassinar autoridades, incluindo o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin. O grupo, composto principalmente por militares das Forças Especiais, planejava executar as ações em dezembro de 2022.
O relatório final, enviado ao Supremo Tribunal Federal, aponta que os investigados articularam uma estrutura criminosa com diversos núcleos de atuação. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso, prestou depoimento crucial para a conclusão das investigações.
Os indiciados responderão por crimes graves contra a democracia, incluindo tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O caso também engloba responsabilidades pelos atos do 8 de janeiro, quando apoiadores invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
A investigação destaca ainda o monitoramento constante de autoridades e a existência de um plano para estabelecer um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” após as ações pretendidas. Entre os indiciados também constam nomes como Valdemar Costa Neto e Alexandre Ramagem, atual deputado federal e ex-diretor da Abin.
As defesas dos acusados ainda não se manifestaram sobre os indiciamentos. O caso segue agora para análise do Ministério Público Federal, que decidirá sobre o oferecimento de denúncia formal à Justiça.