A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou o rating da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) de Ba2 para Ba3, sinalizando preocupação com os elevados níveis de endividamento da empresa e a pressão no setor siderúrgico. A decisão foi anunciada após a companhia não atingir sua meta de desalavancagem para 2024.
O rebaixamento reflete os fracos indicadores de crédito apresentados pela empresa nos últimos doze meses, mesmo após a injeção de R$ 4,4 bilhões obtidos com a venda de 11% da CSN Mineração ao grupo japonês Itochu. A companhia não conseguiu cumprir o objetivo de reduzir sua alavancagem para 2,5 vezes em 2024, estabelecendo agora uma nova meta de menos de 3 vezes até o final de 2025.
A situação é ainda mais preocupante quando comparada aos concorrentes do setor. Segundo análise do BTG Pactual, outras empresas do segmento mantêm níveis de alavancagem entre 0,5 e 1,5 vezes, bem abaixo dos 3,34 vezes registrados pela CSN no terceiro trimestre de 2024.
Apesar do cenário desafiador, a empresa mantém uma posição de caixa robusta de aproximadamente R$ 20 bilhões, suficiente para cobrir os vencimentos dos próximos três a quatro anos. A relação entre EBITDA e despesa financeira líquida está em cerca de 3 vezes, considerada aceitável por especialistas do mercado.
A Moody’s alertou que poderá realizar novo rebaixamento caso as métricas financeiras da empresa não apresentem evolução nos próximos 12 a 18 meses. A agência estabeleceu como critérios para avaliação a manutenção de uma posição de caixa sólida, redução da dívida, alavancagem inferior a 4 vezes e cobertura de juros constantemente acima de 2,5 vezes.
A gestão de Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, é vista pelo mercado como mais agressiva em termos de aquisições e distribuição de dividendos. No entanto, a empresa tem sinalizado maior foco na redução do endividamento, tendo inclusive desistido recentemente da aquisição da InterCement, após esta entrar em recuperação judicial.