Cerca de 400 comandantes do Hezbollah estão se deslocando para países da América do Sul, incluindo Brasil, Colômbia, Venezuela e Equador, segundo informações divulgadas pelo canal saudita Al Hadath. Aproximadamente 200 membros já chegaram à região, revelou uma fonte diplomática que pediu anonimato.
O movimento ocorre em um momento crítico para a organização, que enfrenta pressão do governo libanês para desmantelar sua estrutura militar. O presidente Joseph Aoun anunciou planos de centralizar o controle de armas exclusivamente nas mãos do Estado, declarando 2025 como o ano da normalização do controle de armamentos no país.
A dispersão geográfica dos líderes do Hezbollah representa uma estratégia de proteção, visando evitar que seus principais comandantes se tornem alvos caso o grupo seja forçado a desmontar parte de sua infraestrutura bélica. A escolha dos países sul-americanos não é coincidência, já que a região, especialmente a Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, tem histórico de atividades ligadas à organização.
A situação preocupa autoridades internacionais, considerando que o Hezbollah é classificado como grupo terrorista pelos Estados Unidos, União Europeia e diversos outros países. No Brasil, embora a organização não seja oficialmente designada como terrorista, permanece sob vigilância constante dos órgãos de segurança e inteligência.
O cenário se complica com a resistência do grupo ao desarmamento. Mahmoud Qamati, dirigente do Hezbollah, respondeu às declarações do presidente libanês com ameaças diretas: “Quem tentar tocar em nossas armas – sua mão será cortada”. A declaração aumenta o risco de conflitos internos no Líbano e ressalta a importância do monitoramento internacional sobre as atividades do grupo na América do Sul.
A presença desses comandantes deve intensificar a vigilância dos países sul-americanos, que precisarão reforçar suas estratégias para impedir a formação de novas células operacionais na região. Agências internacionais de combate ao terrorismo já manifestaram preocupação com o potencial fortalecimento do grupo no continente.