Por Edmundo Polck Fraga (*)
No último sábado pela manhã, levei meu neto para passear no Parque Ipanema. Ao chegar, deparei-me com a montagem semanal da Feirarte – Feira de Arte e Artesanato. Esse evento deveria servir como vitrine para a produção cultural e artística de Ipatinga e região, promovendo a arte e a cultura local.
No entanto, observa-se que a Feirarte pode não estar cumprindo seu papel original. Os espaços reservados para os artesãos locais – pintura, bijuterias, esculturas, vestuário, entre outros – foram ocupados por barraqueiros que comercializam cerveja, chope e comida industrializada. Além disso, brinquedos infantis de grande porte limitam ainda mais a exposição dos poucos artesãos presentes.
Diante desse cenário, surge uma questão relevante: dos 500 mil habitantes da região, quantos de fato já visitaram especificamente a Feirarte e o Parque da Ciência? Os organizadores – Diretoria, Secretaria de Turismo etc. – realizam pesquisas periódicas para monitorar a opinião e satisfação da comunidade que frequenta esses locais e o Parque Ipanema?
Ao visitar o Parque da Ciência, deparei-me com uma situação alarmante: nos mastros das bandeiras do Brasil, Minas Gerais e Ipatinga, restavam apenas retalhos desgastados ao vento. Como pode uma administração, que se diz conservadora, tratar nossos símbolos com tamanho descaso? Será que o prefeito tem ciência desse abandono?
Essa situação levanta preocupações sobre outros equipamentos municipais que se encontram sucateados ou subutilizados consumido o dinheiro publico. Vejamos alguns exemplos:
- Ipatingão: raramente recebe eventos esportivos, embora demande altos custos de manutenção (energia, irrigação, pessoal administrativo etc.), sem oferecer benefícios concretos à população.
- Campos de futebol: a Prefeitura realiza podas e pequenas manutenções, mas muitos desses espaços recebem poucos eventos, levantando dúvidas sobre a justificativa dos investimentos.
- Kart Clube Ipatinga: qual é o real benefício que essa estrutura traz para os cidadãos?
- Maria Fumaça e Estação Pouso de Água Limpa: projetados como pontos turísticos, foram abandonados e se tornaram áreas de risco, servindo como ponto de consumo de drogas.
A administração municipal, diretores de clubes e organizadores de eventos precisam apresentar relatórios periódicos à comunidade sobre suas atividades. Além disso, é essencial a realização de pesquisas de satisfação para monitorar os impactos econômicos e sociais dos eventos e equipamentos públicos. Apenas por meio de dados concretos poderemos avaliar se tais iniciativas cumprem seus objetivos e se necessitam de ajustes.
A avaliação deve incluir indicadores como número de participantes, retorno sobre o investimento (ROI), satisfação do público, cobertura da mídia, influência digital, impacto social e engajamento pré-evento. Sem essas métricas, não há como mensurar o verdadeiro sucesso de qualquer iniciativa voltada para o desenvolvimento da cidade.
“Não tem como gerenciar o que não se mede!” William Edwards Deming.