Para ajudar a conter a alta incidência de acidentes com escorpiões em Minas Gerais, uma equipe do Campus Bambuí do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) desenvolveu o ScorpiMap, aplicativo que permite o mapeamento colaborativo de focos do aracnídeo em áreas urbanas – particularmente no município de Bambuí. A solução inovadora acaba de obter o registro oficial junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com validade de 50 anos.
A ferramenta foi pensada para ser simples e acessível, com o uso de tecnologias de geolocalização (GIS) e algoritmos de inteligência artificial (machine learning). O desenvolvimento envolveu etapas de levantamento de requisitos com a comunidade, elaboração de protótipos, testes de usabilidade e melhorias, baseadas no feedback dos usuários.
Por meio de interface intuitiva, a população pode notificar avistamentos e acidentes, recebendo orientações educativas sobre como proceder diante de situações de risco. Além de facilitar o acesso a dados atualizados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e pela Secretaria de Saúde de Bambuí, o ScorpiMap apoia a distribuição estratégica de recursos de saúde, o que contribui para o desenvolvimento de políticas públicas e ações preventivas.
EQUIPE
A iniciativa do ScorpiMap surgiu como parte de um projeto de Extensão e Pesquisa do Campus Bambuí, envolvendo alunos de graduação em Medicina Veterinária e mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade e Tecnologia Ambiental. O projeto tem autoria da mestranda Mayra Menezes e é orientado pela professora do mestrado profissional, Simone Moreira.
COMO FUNCIONA O SCORPIMAP?
O funcionamento básico do aplicativo envolve as seguintes ações: o usuário realiza o registro no app e, em seguida, pode enviar alertas de avistamentos ou acidentes com escorpiões. A partir das notificações recebidas, automaticamente é gerado um mapa interativo, auxiliando agentes de saúde e pesquisadores no monitoramento de áreas de risco. Há, ainda, seções educativas com informações, entre outros, sobre prevenção, primeiros socorros e manejo ambiental.
“O projeto nasceu da convicção de que a tecnologia pode e deve ser uma aliada no enfrentamento dos desafios ambientais e de saúde pública que impactam a qualidade de vida da população. Mais do que um aplicativo, buscamos criar um instrumento de transformação social, capaz de fortalecer a educação em saúde e fomentar a gestão ambiental participativa. Estou muito feliz por ver essa iniciativa se concretizando como parte do meu percurso acadêmico e profissional”, ressalta Mayra.
TESTES COM O APLICATIVO
Os testes iniciais foram realizados com apoio de alunos e moradores de Bambuí. A versão beta permitiu registrar pontos de ocorrência com precisão e rapidez, além de identificar áreas prioritárias para atuação dos serviços de saúde e controle de zoonoses. De acordo com Simone, “a comunidade foi bastante receptiva e os dados confirmaram o potencial da ferramenta como suporte à vigilância e à educação ambiental”, explica.
Ela acrescenta que o ScorpiMap representa um avanço importante na interseção entre tecnologia, saúde pública e participação cidadã. “Ele transforma moradores em agentes ativos na prevenção de acidentes escorpiônicos, permitindo intervenções mais ágeis e eficientes por parte dos órgãos públicos. É um exemplo de como a extensão universitária pode gerar impacto real na vida das pessoas”, enfatiza.
REGISTRO NO INPI
O reconhecimento do INPI – sob o número BR512025000641-1 – fortalece o compromisso do IFMG com a inovação tecnológica aplicada à saúde pública, com destaque para o papel da pesquisa acadêmica no enfrentamento de desafios emergentes. O registro atesta a originalidade e a relevância da iniciativa, que integra ciência, educação e cidadania.
PRÓXIMOS PASSOS
Em breve, o aplicativo estará disponível para uso público e institucional. O lançamento está previsto para o segundo semestre de 2025. O ScorpiMap será disponibilizado gratuitamente para celulares Android e, posteriormente, para iOS.