O governo dos Estados Unidos confirmou nesta terça-feira (8) a imposição de tarifas de 104% sobre produtos chineses, elevando a tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo. A medida, que entra em vigor nesta quarta-feira (9), representa uma escalada significativa no conflito comercial entre os dois países.
A decisão americana soma três rodadas de aumentos tarifários: 20% implementados em março, 34% na semana passada e uma nova ameaça de 50% caso a China não recue em suas medidas retaliatórias. Trump utilizou as redes sociais para pressionar Pequim, afirmando aguardar um contato do governo chinês para possível acordo.
Em resposta às medidas americanas, a China prometeu “lutar até o fim” e anunciou uma série de contramedidas. O Ministério das Finanças chinês estabeleceu tarifas de 34% sobre mercadorias americanas, válidas a partir de 10 de abril. Além disso, Pequim restringiu a exportação de metais críticos de terras-raras e incluiu onze empresas americanas em sua lista de “entidades não confiáveis”.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, criticou duramente a postura americana, classificando-a como unilateral e protecionista. Segundo ele, as ações dos EUA prejudicam a estabilidade da produção global e comprometem a recuperação econômica mundial.
No fim de semana, autoridades chinesas se reuniram com representantes de cerca de 20 empresas americanas, incluindo Tesla e GE Healthcare, buscando apoio para amenizar as tensões. O vice-ministro do Comércio chinês, Ling Ji, afirmou que a responsabilidade pela situação recai sobre os Estados Unidos.
A disputa comercial tem raízes em acusações americanas sobre a suposta responsabilidade chinesa na crise do fentanil, argumento usado por Trump para justificar as medidas protecionistas. Até o momento, não há previsão de encontro entre os presidentes Xi Jinping e Donald Trump para discussão de possível acordo.