Nicolás Maduro tomou posse nesta sexta-feira (10) para seu terceiro mandato como presidente da Venezuela, em cerimônia realizada na Assembleia Nacional em Caracas, após eleições marcadas por graves denúncias de fraude e violência contra opositores. A vitória do líder chavista é contestada pela oposição e pela comunidade internacional.
O processo eleitoral realizado em julho de 2024 foi caracterizado pela falta de transparência e pelo impedimento da participação de importantes líderes opositores. María Corina Machado, principal nome da oposição, foi impedida de concorrer, enquanto Edmundo González, que conseguiu se registrar como candidato, reivindica ter vencido o pleito com ampla margem.
A oposição venezuelana apresentou dados de uma contagem paralela indicando a vitória de González com cerca de 70% dos votos. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado por Maduro, anunciou sua vitória com 51,2% dos votos, mas mantém as atas eleitorais em sigilo, recusando-se a permitir uma auditoria independente dos resultados.
O período pós-eleição foi marcado por protestos violentos que resultaram em 28 mortes e mais de 2.400 prisões. González foi forçado ao exílio na Espanha após ameaças de prisão, enquanto María Corina Machado permanece escondida no país. Organizações internacionais de direitos humanos denunciam torturas e maus-tratos contra manifestantes detidos.
A cerimônia de posse acontece com presença internacional reduzida, refletindo o isolamento diplomático do regime venezuelano. Importantes nações, incluindo Estados Unidos, Argentina e membros da União Europeia, não reconhecem a legitimidade do novo mandato de Maduro. O Brasil, que teve papel importante nas negociações para garantir eleições justas, também não reconheceu oficialmente o resultado do pleito.
Durante seu discurso de posse, Maduro enfatizou temas como “paz e soberania nacional”, enquanto do exílio, González reafirma ser o legítimo vencedor das eleições e continua buscando apoio internacional para pressionar por uma transição democrática no país.