Três dos oito projetos de organizações sociais do Vale do Aço, selecionados pela 12ª edição do Edital de Projetos Fundação Aperam Acesita, concluíram as iniciativas em junho. As instituições receberam, juntas, R$ 200 mil em recursos, em janeiro deste ano, para o desenvolvimento de projetos alinhados aos focos educação, meio ambiente, geração de trabalho e renda, cidadania e direitos humanos. As organizações têm até nove meses para concluir os projetos.
A qualificação profissional em culinária do projeto Quitutes Adelícias, voltada para pessoas cegas, com baixa visão e surdos, trouxe vigor para Soraia Eneida Nascimento Rodrigues e outros 21 participantes, com idade entre 16 a 87 anos, beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC). A iniciativa de geração de renda formal e informal preparou os participantes para fazer atividades em casa e também para o mercado de trabalho.
Mais do que ensinar receitas para venda, a capacitação promovida pela Associação dos Deficientes Visuais de Timóteo e Amigos (Adevita), de Timóteo, devolveu à Soraia a autonomia na cozinha. “Eu era empreendedora de uma lanchonete e fazia salgados antes de perder a visão. Me tornei cega há pouco tempo e perdi totalmente a autonomia na cozinha. Com o curso eu aprendi a me servir, fazer minhas refeições e reaprendi a cozinhar, fazer novas receitas e até mesmo as que eu fazia antes. Sou muito grata pela oportunidade”, contou Soraia.
Em Coronel Fabriciano, o Instituto de Desenvolvimento Educacional Cultural e Social Criangular promoveu o projeto Travessia – Bolos Caseirinhos. Atender a necessidade de mercado é um dos vieses do projeto, além de promover uma roda solidária em torno do fogão e da mesa.
Estudante de Serviço Social e supervisor de vendas, Carlos Junior se inscreveu no curso para obter uma renda extra com bolos caseiros. “Para mim, o Projeto Travessia foi uma porta aberta para despertar memórias afetivas que a culinária pode trazer. Cada aula era uma verdadeira viagem no tempo, me lembrei da minha bisavó e dos bolos caseiros que ela servia com café. E o curso foi além: nas trocas com a professora e colegas, aprendi diversas oportunidades para a venda dos bolos e até mesmo transformar essa atividade em ofício”, comentou.
RESGATE CULTURAL
A Associação Cultural do Congado de Timóteo realizou o projeto cultural História na cabeça, celebrando tradições do grupo com uma programação voltada para o resgate e fortalecimento do congado. A oficina de Amarração de Turbantes, com a artesã e artista plástica Camile Gracian, e a oficina de Arte e Criação de Indumentária, com a artista plástica Rosane Dias, trouxeram mais conhecimento para os congadeiros, seus familiares e comunidade.
O projeto encerrou com a palestra “Resgate e Preservação do Patrimônio”, ministrada pela consultora e pesquisadora da Cultura Mineira Deolinda Alice, no dia 25 de junho, no Teatro da Fundação Aperam. “É gratificante realizar um projeto que valoriza itens muito usados pelos congadeiros, que refletem a rica cultura afrobrasileira e suas raízes históricas, além disso ampliar o debate sobre a importância da preservação da nossa memória com a palestra da Deolinda, especialista no tema. E ainda poder contar com parceiros que demonstram compromisso com a promoção da cultura e da diversidade na região tornou o projeto especial”, frisou a presidente da Associação Cultural do Congado de Timóteo, Elizabeth Pinheiro.