A Procuradoria Geral da República (PGR) adiou para 2025 a decisão sobre denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 36 investigados por suposta tentativa de golpe de Estado. O caso, que envolve graves acusações de articulação contra a democracia, só deve ser analisado após o recesso do Judiciário, que se estende até 31 de janeiro.
O relatório da Polícia Federal, ainda sob sigilo, será encaminhado ao procurador-geral, Paulo Gonet, na próxima semana pelo ministro Alexandre de Moraes. Caberá a Gonet decidir se apresenta denúncia, solicita novas investigações ou recomenda o arquivamento do caso.
Entre os indiciados estão figuras expressivas do cenário político nacional, como o ex-ministro da Defesa Braga Netto, o ex-chefe do GSI Augusto Heleno e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Todos enfrentam acusações que podem resultar em penas que somam até 28 anos de prisão, incluindo os crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito e organização criminosa.
A investigação, parte da operação Contragolpe, revelou uma suposta estrutura dividida em seis núcleos de atuação, incluindo grupos responsáveis por desinformação, incitação militar e inteligência paralela. O caso ganhou maior gravidade após a descoberta de mensagens que sugeriam planos contra autoridades recém-eleitas.
Este é o terceiro indiciamento enfrentado por Bolsonaro, que já responde por investigações relacionadas à venda de joias sauditas e falsificação de certificados de vacina. A possível denúncia, se apresentada, retornará ao Judiciário para decisão sobre tornar os acusados réus do processo.